Arquivo do mês: março 2010

A experiência ajuda. Aprenda com ela!

Recentemente recebi um email de um amigo da época de Especialização. Um indivíduo na dele, mas que vai longe. Foi soldado, tenente da PMDF e hoje é perito da Polícia Federal. O cara tem talento.

Agradeço ao ex-tenente Sousa Aguiar, hoje perito da PF, a participação no Blog Policiamento Inteligente, por meio da leitura dos textos e indicação de textos interessantes.

Apresento na íntegra o texto enviado por ele e a indicação do blog do companheiro da PF que o escreveu…

Após 13 anos de serviço, uma das coisas mais importantes que fiz foi ouvir e observar os policiais mais antigos ou experientes, principalmente durante os seis anos em que trabalhei na Delegacia de Repressão a Entorpecentes da SR/DPF/MG.

O termo ANTIGO é relativo, pois pode significar alguns anos a mais de serviço ou a experiência prévia trazida de outra força policial. Mas mesmo assim esses policiais sabem das coisas.

Então, o segredo é ouvir os policiais experientes, acreditar nas histórias que contam e colocar seus ensinamentos em prática na sua própria vida. “Quando você estiver chegando, tire o cinto de segurança!”; “Eu só atiro quanto tenho certeza!”; “Se puder beber, comer e descansar; beba, coma e descanse. Você não sabe quando poderá fazer isso de novo!”; “Policial não trabalha sozinho!”; “Calma! Ele vai continuar traficando, então a gente prende ele depois!”; “Algeme pra trás!”; “Fale pouco e ouça muito!”; “Não vá fazer m… hein!” e “Polícia não foi feita pra ajudar ninguém, mas no mínimo para atrapalhar!” são algumas frases que ouvi destes policiais.

Portanto, o que eu aprendi a partir disso abrange desde técnicas de sobrevivência até regras de comportamento que talvez tenham salvo minha vida em ocasiões que eu sequer percebi.

Não acredite em ninguém

Provavelmente, uma das coisas mais importantes que aprendi nesses anos é que as pessoas mentem. E não importa se são avós, pais, filhos, esposas, maridos, irmãs, irmãos, vizinhos, amigos, trabalhadores, desempregados, ateus, crentes, testemunhas ou mesmo suspeitos, pois todos eles mentem. Apesar de não mentirem sempre, com certeza todos eles mentem quando você conversa com eles.

Criminosos sempre mentem. Sempre. E eles vão lhe encarar direto nos olhos, transparecendo seriedade e inocência, e você será tentado a acreditar neles. Não acredite, porque eles estão mentindo.

Observe as mãos

Se um suspeito for lhe atacar, ele vai usar as mãos. Então, algeme qualquer um que transmita a impressão de que vai dar mais trabalho, mesmo que ele não goste disso. “Minha segurança em primeiro lugar, depois o sentimento alheio!” foi o que ouvi de alguém. Certa vez um preso me disse que eu não precisava algemá-lo porque ele iria se comportar. Bem, eu o algemei e disse que aquilo era para a segurança dos policiais e não pra dele. Ele não gostou nada, mas o fato é que eu ainda estou vivo, e aproveitando cada dia de sol. Lembre-se, quem diz como o trabalho policial deve ser feito é você e não o preso.

“As mãos matam!”. Foi o que disse um professor de tiro da Academia Nacional de Polícia. Então, observe as mãos constantemente já que você estará correndo risco até que consiga controlar as mãos do criminoso. Além disso, nenhuma academia de polícia ensina como algemar presos pela frente; e se o mundo inteiro algema criminosos para trás, você deve fazer o mesmo.

Sempre trave sua algema. Se ela não dispõe de um sistema de trava, então você deve descartá-la. Por quê? Porque todo delinquente é mentiroso, chato e folgado. Por isso, se sua algema não estiver travada, ele vai reclamar que ela está apertando até que você o algeme para frente. O problema é que algemado para frente, o bandido pode fugir, lutar contra você ou sacar sua arma.

Se você estiver entrevistando um suspeito e ele olhar para um lado, depois para o outro, e então sobre os seus ombros, provavelmente ele está procurando um lugar para onde correr. Algeme-o antes que ele fortaleça esta ideia e tome uma decisão.

Não adquira o hábito de colocar suas próprias mãos nos bolsos ou cruzar os braços na frente de um suspeito. Isso pode transmitir a impressão de que você é relaxado ou negligente. Além disso, você pode precisar dessas mãos para se defender. Então, é preciso que elas estejam disponíveis logo.

Faça uma busca pessoal. Faça outra busca pessoal

Em 28/05/2009 um policial civil foi assassinado e três foram feridos durante a condução de um preso. O preso foi detido pela Polícia Militar por estar embriagado e perturbando a ordem.

O suspeito foi levado à delegacia da Polícia Civil de Confresa/MT e colocado numa cela. Ao ser retirado do local, ele tirou um canivete da cueca e golpeou os policiais.

O investigador O.S. foi atingido no ombro e morreu em seguida; a escrivã A.G. recebeu dois golpes, um na cabeça e outro quase no pescoço; o policial M.M. foi gravemente ferido no abdômen e a investigadora M.S. também foi ferida.

O preso só foi contido quando a policial R.M.M. atirou na perna dele. Ao que tudo indica, as buscas pessoais realizadas pelas polícias foram mal conduzidas ou não foram feitas.

Portanto, se outro policial lhe entregar um preso, faça uma nova busca pessoal antes de assumir a custódia, mesmo que você tenha acabado de ver aquele policial fazer isso.

Faça uma busca pessoal em qualquer pessoa que esteja perto o suficiente para manter contato físico numa situação que pode se tornar crítica ou se você tiver a menor suspeita sobre algo.

Se você não se sente à vontade em “apalpar” alguém, você ainda pode realizar uma busca pessoal minuciosa. Assim, leve o suspeito até um cômodo reservado (cela, quarto, etc.) e mande que ele retire toda a roupa, mas uma peça de cada vez que deve ser entregue na sua mão. Reviste cada peça de roupa. Ordene que o suspeito, ainda nu, se agache de frente e de costas. Mande que ele levante os braços e depois as solas dos pés. Ordene que ele esfregue os cabelos com as mãos, depois abra a boca e ponha a língua para fora.

Dê uma geral em qualquer pessoa que entre na viatura, mesmo que seja aquele informante que já ajudou a polícia centenas de vezes. Afinal, informantes também são criminosos. Faça o mesmo ao colocar ou retirar um preso da cela. Reviste os bancos e o cubículo da viatura antes e depois de colocar um custodiado dentro do carro. É quando você pode achar drogas, lâminas, anotações, celulares, armas, etc.

Armas e equipamentos

Sua arma deve estar pronta, envolvida por um coldre de qualidade ou por suas mãos, e de mais ninguém. Dedo fora do gatilho. Já falei sobre isso em outros artigos.

Leve um carregador sobressalente. Se puder leve dois carregadores reservas. Conheço um policial que disparou 15 tiros contra dois assaltantes armados. Num piscar de olhos o policial ficou sem munição, mas por sorte os criminosos também ficaram sem munição. Você provavelmente deve conhecer casos semelhantes. Então, aprenda com as experiências dos outros.

Só atire quando tiver certeza de que é para salvar sua vida ou a de outra pessoa. Armas foram feitas para incapacitar pessoas, e muitas vezes até isso é difícil. Tiros não param aviões, automóveis ou motocicletas a não ser que você acerte o condutor – o que normalmente não é uma ideia razoável. Tiros também não abrem portas, sendo provável que o projétil atravesse a porta e acerte um inocente. Já vi esse tipo de ocorrência duas vezes!

Tenha sempre à mão um canivete tático dobrável e um alicate multifuncional. Certa vez, durante uma operação de DRE, aquela velha camionete D-20 de cor azul teve o cabo do acelerador quebrado numa estrada entre os municípios de “São Ninguém” e “Lugar Algum”. Mas foi o alicate multifuncional e um pedaço de arame de um antigão que nos tirou dali. Ele olhou para mim sorrindo e disse: “É pra isso que eu carrego estas coisas!”

Em algumas situações você pode levar alternativas menos letais, como um spray de pimenta, um bastão retrátil. Um bastão é o melhor substituto para a coronha de uma arma e para as mãos. Imagine que você precise quebrar o vidro de um carro para socorrer alguém. Sem esta ferramenta, talvez você se sinta forçado a quebrar a janela usando objetos que não foram desenvolvidos para tal fim.

Isso me lembra uma orientação muito importante: proteja suas mãos. Como são elas que vão salvar sua vida, você não deve fazer com elas aquilo que deve ser feito com uma ferramenta. Não ponha as mãos nos bolsos de um suspeito porque você pode ser ferido por lâminas ou agulhas.

Compre uma caixa de luvas de látex para procedimentos (luvas cirúrgicas). A caixa com 100 unidades custa cerca de R$ 15, o que é pouco pela proteção oferecida contra a imundice e o mau cheiro que normalmente são encontrados nas casas de pessoas investigadas. Recentemente, recebi um e-mail de um colega (que ganha R$ 7.500,00 por mês) dizendo que não iria comprar um kit de limpeza de arma (que custava R$ 20,00) porque isso era tarefa da União. Espero que ele compre pelo menos a caixa de luvas que custa 25% menos!

Cuidado com objetos que parecem inofensivos

Pessoas desesperadas podem atacá-lo com qualquer objeto à mão, especialmente na cozinha, no gabinete ou no cartório. Portanto, tenha cuidado com canetas, grampeadores, ferramentas, tesouras, facas, garrafas, etc. Lembre-se, observe as mãos e as algeme se suspeitar de algo.

Luzes

Compre uma lanterna de qualidade. Ser capaz de ver bem é tão importante quanto estar armado. Jamais compre estas lanterninhas xing ling que são vendidas nas feirinhas de importados. Compre logo uma lanterna Surefire, Streamlight, Fenix, Blackhawk, Inova, Ultrafire ou Pelican para situações táticas. Tenha sempre uma Mini Maglite 2AA ou Police para buscas diversas (o que economiza a bateria e a vida útil da lanterna tática) e uma lanterna de bolso 1AAA afixada no chaveiro do seu carro para as emergências.

Isso pode parecer um exagero, mas infelizmente tudo que depende da energia elétrica cedo ou tarde falha ou apaga.

Cuidado ao dirigir a viatura ou perseguir alguém a pé

Não dirija como um doido e ziguezagueando pelas ruas, mesmo numa situação de emergência. As pessoas demoram a ouvir as sirenes, a entender o que está acontecendo e o que devem fazer. Com uma viatura é muito fácil você chegar num cruzamento antes que os outros motoristas percebam. E se você se envolver num acidente, sua missão acaba aqui porque você não poderá ajudar ninguém se estiver incapacitado. Portanto, mantenha-se na faixa da esquerda, pois é isto que manda o código de trânsito e é o que os outros motoristas esperam que você faça.

Se você estiver perseguindo um criminoso a pé e notar que seus colegas sumiram, pare – eles terão dificuldade para encontrá-lo caso você precise de ajuda. Se você estiver perseguindo um criminoso e de repente ele sumir, pare – talvez ele tenha preparado uma emboscada.

Portanto, não banque o herói. Haverá outra chance para você prendê-lo algum dia ou ele será morto por um desafeto. De qualquer modo, você vence.

Entrevistando suspeitos

A primeira coisa que você deve fazer ao entrevistar algum suspeito é evitar perguntas idiotas. Isso parece óbvio, mas mesmo assim cito algumas perguntas que já foram feitas. Prepare-se! “O que você comeu hoje?”, “Você está armado?”, “Onde está a droga?”, “Este documento é falso?”, “Você vai fugir?”, “Esta arma é sua?”, “Por que você não diz a verdade?”.

O segundo aspecto numa entrevista é deixar que o suspeito fale. Quanto mais ele fala, mais mentiras ele conta. Ouça o que ele diz, tome nota e confira as informações. Se forem falsas, simplesmente diga ao suspeito que ele está mentido e que você sabe disso.

Quando você tiver alguém sob sua custódia, jamais comente assuntos relacionados à investigação. Não diga como você chegou até ele, nem revele qualquer informação que possa ser utilizada por ele para aperfeiçoar suas técnicas criminosas. E jamais conte o que ele fez de errado para que você conseguisse pegá-lo. Isto dificulta o trabalho da polícia depois. Recentemente, um preso reclamou que a polícia havia entrado muito cedo em sua casa. O policial respondeu que na verdade a polícia estava no local às 05h30, mas que ela só poderia entrar no local a partir das 06h. O policial ainda disse que era costume aguardar alguns minutos pra que todos os relógios marcassem este último horário. Em outra ocasião, um policial disse ao preso que tinha sido muito fácil prendê-lo porque ele foi desatento e não percebeu que estava sendo seguido. Infelizmente, alguns policiais querem mostrar que são bons profissionais, e acabam revelando informações que não deveriam.

Dê atenção ao instinto

Sempre use o bom senso. Sempre. E se você sentir que há algo errado, simplesmente acredite que há algo errado. Mantenha este foco mental até ter certeza se está tudo bem.

Sempre confie na sua intuição. Sempre. É o acúmulo das experiências que fazem sentido para você e que está trabalhando de modo subconsciente para mantê-lo a salvo. Isso me leva ao item “Não acreditem em ninguém”.

Abra seus olhos

Saiba que não existem presos “tranquilos” ou “gente boa”. As unidades prisionais espalhadas pelo país estão repletas de ladrões, assaltantes, homicidas, latrocidas, estelionatários, falsários, sequestradores, torturadores, estupradores, traficantes, etc. E nenhum deles é “gente boa” ou “tranquilo”. Se você ainda tem alguma dúvida, basta perguntar às vítimas!

Dos direitos dos presos

O artigo 42 da Lei 7.210/84 diz o seguinte: “Aplica-se ao preso provisório e ao submetido à medida de segurança, no que couber, o disposto nesta Seção.” A expressão NO QUE COUBER implica dizer que o preso não tem direito a tomar cafezinho, comer pão de queijo, fumar um cigarrinho, perambular pela delegacia como se fosse um funcionário ou ficar abraçadinho com a namorada.

Sugestões

Há dezenas de dicas que você pode acrescentar neste texto para torná-lo melhor. Faça isso e depois leia o artigo de vez em quando.

E não se esqueça de preparar uma BOROCA. Mas se você não sabe o que é isso, pergunte aos colegas mais antigos ou experientes.

*Este artigo é também uma homenagem aos colegas com quem tive a oportunidade de aprender na SR/DPF/DF, na DRE/SR/DPF/MG, no SAT/ANP e na DPF/UDI/MG.

Humberto Wendling é Agente de Polícia Federal e professor de Armamento e Tiro lotado na Delegacia de Polícia Federal em Uberlândia/MG.
E-mail: humberto.wendling@ig.com.br
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Suspeita de fraude no concurso da PMDF!

Os concursos para ingresso na Polícia Militar do DF sempre foram marcados por acusações (infundadas em sua maioria) de fraudes e quebra dos princípios constitucionais.

No passado era realizado pelo CESPE e algumas fases pela PMDF, o que fazia sempre “respingar” alguma coisa na PM.

Esse concurso foi marcado pela imparcialidade total da Polícia Militar ao entregar todas as etapas nas mãos da Contratada, que deve ser responsabilizada em caso de “fraude”.

Em meu email, após a prova, recebi algumas “denúncias” dessa natureza e as repassei a minha chefia, conforme solicitado pelos denunciantes. Providências já estavam sendo tomadas, independente de “denúncias” da Band.

Ninguém na Polícia Militar tem interesse em “fraudar” concurso ou beneficiar candidatos, isso é certo, pois conheço aqueles que estão a frente desse processo e sei que são homens e mulheres dignas e de total confiança.

Esse mesmo fato ocorreu em outros concursos (incluse da Polícia Federal) e infelizmente a contratada não tomou nenhuma providência. Já existem até cursinhos “preparatórios” para o psicotécnico do CESPE! Os testes são encontrados em sites, isso é fato.

O senhor conselheiro mais uma vez tenta aparecer diante dos holofotes, diante da “briosa”. Não o vemos atuando nos casos em que seus companheiros de tribunal estão sendo denunciados, isso sim seria sua função!

Creio que em breve essa situação será resolvida, receio apenas que os candidatos não entrem antes das eleições. O que ocorre hoje não é novidade, pois desde o início as mesmas pessoas tentam impedir esse certame. Antes era o “nível superior”, agora as “fraudes”, amanhã será porque o concurso é para contratação de PM´s. Quem sabe utilizarão o discurso de que precisamos mais de policiais civis que de PM´s…

Não duvido de nada…

Maiores detalhes:

Suspeita de venda de gabarito leva PM a suspender concurso

Letícia Nobre

Publicação: 29/03/2010 08:33 Atualização: 29/03/2010 09:06

O drama dos candidatos a soldado da Polícia Militar do Distrito Federal ainda não acabou. O conselheiro do Tribunal de Contas do DF, Renato Rainha, determinou a paralisação do concurso na noite de sexta-feira alegando suspeitas de venda do gabarito da prova psicotécnica. O departamento de pessoal da PM acatou a decisão e investiga o caso.

A denúncia partiu de uma reportagem veiculada no Jornal da Band de 19 de março, cinco dias depois da aplicação da prova psicológica. Segundo a matéria, um candidato anônimo de 24 anos diz ter comprado os gabaritos das quatro avaliações (raciocínio verbal, teste do relógio, raciocínio espacial e teste de placas), no local de prova, por R$ 20 cada. O denunciante garantiu que, por ter as respostas, conseguiu resolver as questões “em cerca de 10 minutos”.

“Apesar do Cespe ser o responsável por todo o processo seletivo, temos interesse em receber os 1,5 mil aprovados o quanto antes e, por isso, estamos ajudando na investigação”, explica o subdiretor do departamento de pessoal da PMDF, coronel Joociel de Melo Freire. Apesar de acatar a determinação do conselheiro, a corporação questiona o conteúdo da denúncia. “Desde já consideramos as denúncias improcedentes. É impossível fazer o teste psicotécnico em 10 minutos como o denunciante diz”, acrescenta. Esse tipo de avaliação tem resultados considerados subjetivos e individuais. O propósito é avaliar a personalidade do pretendente e a adequação ao perfil desejado para exercer o cargo.

Os candidatos que ainda estão na disputa vão, na manhã de hoje, protocolar um mandado de segurança no Tribunal de Justiça do DF a fim de garantir a continuidade da seleção. “Fizemos um abaixo-assinado e vamos entrar com um mandado de segurança”, afirma Enéas Filho, candidato a soldado. “Não há por que se basear em denúncias anônimas e, sem investigar, parar o concurso”, completa. O conselheiro Renato Rainha não foi encontrado para comentar o conteúdo do ofício.

Essa é a terceira paralisação do concurso. No ano passado, a polêmica girou em torno da exigência de nível superior para o cargo. Cerca de três mil fizeram a avaliação psicológica e aguardam o resultado que não será mais divulgado em 31 de março, como estava previsto. Depois dessa etapa faltará só a avaliação de títulos para a nomeação e o início do curso de formação. O concurso oferece 750 vagas mas 1.500 devem ser convocados. Durante o curso, os alunos receberão R$ 3.072,51 e, quando formados, passam a ter salário de R$ 4.056,59.

MEMÓRIA
2009

14 de janeiro – Publicado o Decreto nº 29.946 que altera a exigência de nível médio para superior na formação de soldados da PMDF.

26 de janeiro – Início das inscrições para o concurso de soldados. As 750 vagas oferecidas atraem cerca de 12 mil candidatos.

6 de abril – Impasse sobre a exigência de nível superior provoca suspensão da prova objetiva, marcada para 19 de abril.

6 de maio – Liminar judicial garante a continuidade do concurso e a prova objetiva é marcada para 13 de junho.

6 de agosto – Tribunal de Contas do DF determina a suspensão da seleção por tempo indeterminado por considerar ilegal as imposições do edital.

6 de novembro – Publicada a Lei Federal nº 12.086 que exige nível superior para soldados da PMDF, acabando com a ilegalidade da cobrança no concurso.

27 de novembro – Processo seletivo é retomado e é divulgado resultado da prova discursiva. São convocados candidatos aptos ao teste de aptidão física (TAF).

2010

21 de janeiro – Convocados os candidatos aprovados no TAF para exames médicos.

14 de março – Aplicada prova psicotécnica para aprovados no exame médico.

26 de março – Conselheiro do TCDF Renato Rainha envia um ofício ao Comando da Polícia Militar suspendendo o concurso.

Fonte: Correio Braziliense

Outros textos sobre o assunto:

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Não podemos reclamar daquilo que toleramos!

Como venho fazendo há algum tempo, aos finais de semana, hoje quero escrever mais um daqueles textos reflexivos dos quais podem se recusar a ler.

Gostaria de refletir sobre respeito e tolerância!

Acredito que perdemos tudo aquilo que não respeitamos e não temos o direito de reclamar do que toleramos! Perdemos o respeito da sociedade por não respeitá-la!

Durante anos desrespeitamos o cidadão, cometendo abusos dos mais variados tipos. Durante muito tempo desrespeitamos os direitos humanos dentro e fora das Corporações. Toleramos a violência, o desrespeito, a falta de ética, a corrupção.

Como “exigir” respeito de uma população que foi abusada por nós durante tanto tempo?

Como “exigir” respeito de uma tropa que foi violentada, física e psicologicamente, durante quase duzentos anos?

Como nos aproximar de alguém que guarda tanta mágoa de nosso passado?

O policiamento preventivo precisa quebrar esse paradigma para evoluir!
Afastamos o cidadão porque o desrespeitamos. Atraímos a violência para o nosso dia a dia porque a toleramos em nosso meio!

É preciso repensar nossas práticas, de forma a ingressarmos em uma nova era, em um novo tempo. Quando passarmos a respeitar o cidadão e a tropa iniciaremos um círculo “vicioso do bem” que trará grandes benefícios para nossa Corporação! Esse processo foi iniciado nos últimos anos…

Precisamos deixar o orgulho de lado e reconhecer nossas falhas e nossos erros do presente e do passado! Somos resultado de nossas escolhas. O que escolhermos hoje definirá que Corporação nós teremos daqui a dez anos!

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O que um major e um soldado tem em comum II? (Entrevista completa)

Primeiro gostaria de pedir desculpas por não ter postado ontem. Mais uma vez a empresa Claro atrapalhou minha vida. Como aconselhei da outra vez, sugiro que não comprem o 3G dessa empresa.

Hoje gostaria de iniciar nossa conversa (monólogo) agradecendo aos amigos: Major Sant’Anna e Tony Sabbatini por divulgarem o vídeo do programa SEGURANÇA TOTAL onde fui entrevistado.

O blog do Major Sant’Anna iniciou um projeto fantástico e inovador, em parceria com o “Programa Segurança Total: falando de segurança com a cara do Brasil!” O programa está disponível na internet pela Yes TV.

É uma proposta que visa empoderar os profissionais de segurança e suas instituições, mostrando que “podemos tratar de forma madura as necessidades de segurança que estão ligadas à proteção do cidadão.”

Por meio de vídeos simples e diretos, de forma rápida, procura interagir com blogueiros do país inteiro, mostrando que os policiais são capazes de discutir as práticas policiais e repensá-las. É o início de uma grande “revolução”!

Esse projeto faz com que o blogueiro possa ser “visto” por seus leitores, aumentando a interação. Nós podemos nos apresentar de maneira simples e direta aos “seguidores” dos blogues e outras pessoas que ainda não são, assim, aumentando potencialmente seus acessos.

Nesse primeiro “bloco” (são três) discutimos sobre a criação de blogues, liderança, policiamento comunitário, a quebra de paradigmas nas Corporações policiais, o poder do conhecimento, dentre outras coisas.

Foi um “bate papo” interessantíssimo entre um “major” e um “soldado” de polícia. Cada um com a sua visão dentro de um grande respeito mútuo. Provando na prática que oficiais e praças podem “dialogar” em prol de uma polícia melhor!

A Polícia precisa mudar!
A Polícia está mudando!
A Polícia vai mudar!

Maiores informações clique nos links e visite os sites:

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O que é empoderamento?

Por diversas vezes utilizei o termo “EMPODERAMENTO” nesse espaço, mas creio que alguns podem não ter entendido o significado por completo. E se entenderam agregarei valor a esse conhecimento.

Ao entrar no blog do meu amigo, blogueiro, comandante e garoto propaganda (rrss ela sabe o por quê – rsr), Major Sant´Anna, achei uma definição interessantíssima que vale a pena compartilhar com os senhores.

Aproveito para indicar o texto na íntegra, pois aqui postarei apenas o conceito que nos interessa. Lá vocês terão acesso a maiores informações sobre o “empoderamento” e a necessidade de capacitação contínua!

Lembro aos leitores que o conhecimento é poder, quando bem direcionado, com objetivos claros!

Segundo Ferdinand Cavalcante Pereira, Doutor em Sociologia, Empoderamento significa em geral a ação coletiva desenvolvida pelos indivíduos quando participam de espaços privilegiados de decisões, de consciência social dos direitos sociais. Essa consciência ultrapassa a tomada de iniciativa individual de conhecimento e superação de uma situação particular (realidade) em que se encontra, até atingir a compreensão de teias complexas de relações sociais que informam contextos econômicos e políticos mais abrangentes.

O empoderamento possibilita tanto a aquisição da emancipação individual, quanto à consciência coletiva necessária para a superação da “dependência social e dominação política”. Enfim, superação da condição de desempoderamento das populações pobres, as quais segundo Nyerere (1979), não podem se desenvolver se não tiverem poder.

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