Ser uma “polícia cidadã” é isso. Não podemos nos omitir, mas podemos ser sensíveis a dor do outro. Parabéns a Cap. Talita pelo Abraço de apoio e sensibilidade durante a ação de retirada de uma invasão no setor “Sol Nascente” na Ceilandia.
Arquivo do mês: fevereiro 2015
Como é uma polícia cidadã? Um gesto pode dizer mais que mil palavras!
A visão pracista ou a visionária?
Quem me acompanha neste últimos sete anos conhece alguns dos conceitos desenvolvidos neste espaço. Aqui desenvolvemos a “tese política” que denominados “policiamento inteligente”, nela falamos sobre suas fases: 1) Ideológica; 2) Metodológica e 3) Ações de implementação. Na primeira fase desenvolvemos o “sistema que ideias” que daria sustentação a tese. Apresentamos conceitos que ajudaram a quebrar preconceitos no intuito de produzir uma mudança de “mentalidade”, que pode gerar uma mudança de comportamento, a qual denominamos “desmilitarização cultural”. Desenvolvemos um método onde procuramos definir “o que fazer” e “como fazer”, depois partimos para o “quem mobilizar” internamente e posteriormente externamente. Avançamos depois para a definição do problema (ao contribuir na elaboração de um plano de governo) e objetivamos contribuir agora para o “policiamento orientado para o problema”, ajudando a aproximar a polícia da comunidade e a comunidade da polícia. É uma construção lenta que passa pelo empoderamento de alguns setores e pessoas.
Neste período, montei um blog, fiz uma especialização em segurança pública, escrevi um livro e distribui em vários níveis da Corporação e de outras instituições, estive na Força Nacional, na Senasp, na Assessoria Parlamentar da Câmara Legislativa, ministrei aula de Chefia e Liderança para mais de dez mil policiais, dentre as várias outras unidades da Corporação. Desenvolvemos o conceito de que todo policial tem poder, autoridade e legitimidade para atuar, precisamos conquistar a confiança da comunidade.
Recentemente, fui convidado pelo Secretario de Segurança pública para atuar em sua Assessoria Especial. Vi alguns “oponentes” achando um absurdo um CABO ser nomeado em um “Cargo de Natureza Especial”. Durante um bom tempo aprendi sobre o “racismo”, agora, assim como desenvolvi o conceito do “limitarismo”, em meu livro, onde defini como o limitador de mentes e potenciais, estou criando um novo termo que estou chamando de “pracismo”, ou seja, o preconceito com a “praça”. Podemos ver a nomeação de um um CABO nesta posição por meio de dois olhares: o primeiro pode ser aquele do incômodo e da inveja ou simplesmente pelo olhar “pracista” que acha um absurdo uma praça ocupar tal espaço. O segundo pode ser um olhar visionário, onde enxergamos uma quebra de paradigma em uma secretaria onde não havia espaço para isso. Com o olhar da “desmilitarização cultural”, aonde um CABO pode ser nomeado no mesmo “nível” que um ex-secretário de segurança, um ex-diretor da polícia civil, dois ex-subcomandantes da PM e um ex-coordenador nacional de polícia comunitária. Uma pequena “mudança” que pode gerar “estranhamentos”. Afinal, quantas praças já ocuparam a posição de assessor especial de um secretário de segurança no DF? Quantas foram ouvidas por um secretário e pelo governo do DF? Prefiro enxergar com o olhar dos “visionários”.
Por: Aderivaldo Cardoso
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Legitimidade Policial: a moeda de ouro na atuação da Polícia
A qualidade da relação entre a polícia e a comunidade costuma gerar discussões típicas de torcida de futebol em final de campeonato.
Basta uma matéria de manchete impactante ser publicada sobre desentendimentos na relação entre um policial e um membro da comunidade (preferencialmente recheada por um vídeo de embate físico) que logo surgem as disputas por definir quem está certo e quem está errado.
Embora tenha importância que a ação da polícia seja debatida publicamente, é ainda mais importante aprofundar o olhar sobre os elementos que levam a polícia a garantir uma atuação que, por um lado, tenha menos necessidade de uso da força, e, por outro, que tenha menos questionamentos e resistência por parte da comunidade.
Chamo de legitimidade policial a capacidade da polícia atuar em determinada comunidade sendo apoiada pela população, usando o mínimo de força possível para previnir violências e delitos em sua área de atuação.
Quanto mais legitimidade tem um grupamento policial, menos os próprios policiais e os demais cidadãos são expostos a riscos, e mais as relações sociais fluem sem intervenção da força. Neste artigo pretendo discutir alguns fatores essenciais para a construção de legitimidade policial.
Legalidade não é Legitimidade
Muitos policiais confundem legalidade com legitimidade. Embora seja o primeiro passo para o desenvolvimento de sua ação, a legalidade não é suficiente para que um policial tenha legitimidade.
Talvez um Juiz possa atuar sem muitos embaraços se apenas for legalista. O policial precisa de algo mais.
Uma simples ordem dada por um policial, mesmo sendo perfeitamente legal, pode se tornar ilegítima por causa da forma como se dá a ordem. Se usa arrogância ou desprezo, por exemplo, a ordem passa a ser questionada não pela sua legalidade, mas por sua legitimidade.
Talvez um Juiz possa atuar sem muitos embaraços se apenas for legalista. O policial precisa de algo mais.
Honestidade e sinceridade
Não é possível garantir que a ação da polícia seja respeitada quando sabe-se que, na condição de cidadão, o policial não cumpre seu dever. Da mesma forma, o policial não pode voltar atrás de sua ação legal, qualquer que seja a razão.
A comunidade deve enxergar no policial uma figura que, além de cumprir seus deveres, não permitirá que direitos sejam desrespeitados por quem quer que seja. Por isso, mesmo o mais destacado membro da comunidade – lideranças comunitárias incluídas – devem saber, com sinceridade, que os valores da integridade social estão acima de qualquer relação individual.
Para alcançar legitimidade não é preciso ser leniente. Ao contrário.
Capacidade de ouvir
Toda organização bem-sucedida deve ser sensível às impressões e opiniões que o público tem dos serviços prestados.
Parece óbvio e redundante, mas nem sempre é colocado em prática pelas unidades policiais o acolhimento do feedback visando fortalecer o que há de bom, extinguir o que há de ruim e aperfeiçoar o que há de defeituoso.
Saber a opinião da comunidade também faz com que ela se sinta parte das políticas desenvolvidas pelos policiais, evitando oposição à atuação.
Respeito à cultura e hábitos
É comum (por ser mais fácil e cômodo) que a atuação policial em uma comunidade tenha a natureza de um “choque de ordem”, assumindo o tom meramente proibitivo, desconsiderando os hábitos da população e sua cultura.
Dizer “não” a tudo certamente evita que delitos ocorram, mas também evita que a vida social das pessoas se realize.
Dizer “não” a tudo certamente evita que delitos ocorram, mas também evita que a vida social das pessoas se realize. O desafio é garantir que a sociabilidade da comunidade se mantenha prevenindo a incidência de violências.
Cada comunidade tem uma dinâmica de horários, de formas de divertimento e interação. Ao considerar tudo isso, a polícia se integra ao contexto social e é mais reconhecida pela comunidade.
Capacidade de mediação e prevenção
Em toda relação humana ocorrem desacordos, disputas e desentendimentos. A incapacidade de lidar com essas questões, em último grau, pode levar à violência.
Considerando o papel preventivo que deve ter a atividade policial, mediar adequadamente os conflitos que nascem em uma comunidade é algo central. Essas pequenas mediações são a principal tarefa que a maioria dos policiais já fazem nas ruas, o que acentua a necessidade de preparo e aprofundamento nas técnicas de mediação.
Quanto mais mediações bem-sucedidas o policial faz, menos precisa usar a força, eliminando os riscos para todas as partes (policiais incluídos).
Efetividade na ação
Entre todos os aspectos mencionados neste artigo este certamente é o que menos depende do policial, individualmente, já que se refere ao desdobramento que é dado à ação policial legal.
Por defeitos estruturais nos modelos das polícias brasileiras, com o ciclo dividido entre as polícias civis e as polícias militares, é difícil ter a garantia de que as ações policiais terão alguma efetividade.
Com o atual sistema, o policial militar é desencorajado de autuar em uma simples perturbação do sossego, pois evita o ônus logístico (distância, demora) e interpessoal (rivalidade, corporativismo) de encaminhar o caso à delegacia de Polícia Civil.
Além disso, o policial precisa lidar com a desastrada política de drogas praticada no país, apreendendo quantidades cada vez maiores de drogas ilícitas e testemunhando o quão inócuo é seu esforço para resolver um problema da área de saúde com ferramentas da área de segurança.
Nesse cenário desgastante, a atuação policial acaba sendo seletiva, transmitindo a sensação (aos policiais e à comunidade) de falta de efetividade e utilidade no trabalho da polícia.
Concluindo…
Como se vê, não é simples conquistar legitimidade para um grupamento policial em uma comunidade.
Os fatores citados neste artigo sequer são os únicos que compõem esse precioso troféu, mas provavelmente estão entre os principais para fazer com que a ação da polícia seja bem aceita e que use o mínimo de força possível.
Quanto mais legitimidade, menos resistência, menos força, menos risco, mais segurança e mais paz pública.
Fonte: http://abordagempolicial.com/2015/02/legitimidade-policial/
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Reguffe toma posse; senador apresentará propostas importantes para o DF
O senador José Antonio Reguffe (PDT/DF) tomou posse, no último domingo, no Senado Federal, prometendo exercer um mandato enxuto, pautado pela ética e com a apresentação de projetos relacionados às áreas de educação, saúde e segurança pública. Reguffe foi o parlamentar que mais destinou emendas orçamentárias para a segurança pública nos últimos anos. Ao lado dos senadores Hélio José (PSD/DF) e de seu colega de partido, Cristovam Buarque, Reguffe entoou o hino nacional, com a mão direita sobre o peito, em sinal de patriotismo.
Com as saídas de Gim Argello (PTB/DF) e Rodrigo Rollemberg (PSB/DF), o DF passa a ter como senadores os nomes mencionados acima, cujos perfis se destacam pela ética, política social e educação.
As principais proposições que Reguffe defenderá no Senado são: reforma política profunda, defesa da redução da carga tributária e redução do custo do mandato dos parlamentares. Em relação ao DF, o senador adianta que apresentará emendas nas áreas prioritárias para a população: educação, saúde e segurança pública. Entre os investimentos urgentes, ele assinala a compra de remédios para os hospitais públicos; a construção de escolas de tempo integral; e o aparelhamento das polícias e do Corpo de Bombeiros.
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NOTA DE REPÚDIO ao JORNAL “AQUI”. Por GTOP-28 Ceilândia-DF
A respeito da publicação que saiu na capa do “Aqui DF” de Hoje (01/02) que diz “ PMs CAÇADOS PELA BANDIDAGEM”, gostaria de manifestar o meu repúdio a este jornal que faz parte de um grupo que é composto também pelo Correio Braziliense e pela TV Brasília. Que a bandidagem já se sente bastante a vontade com a flexibilidade de nossas leis isso é fato, e não é novidade para ninguém, mas se esta bandidagem começar a pensar que a polícia está acuada, aí começamos a correr o risco de ver um cenário de baderna se instalar em nossa cidade. No Art. 144. De nossa constituição temos que “A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio …”, e neste sentido gostaria de lembrar aos jornalistas sensacionalistas em geral que ao veicularem uma matéria tipo essa que foi publicada hoje pelo Aqui DF, vocês estão ajudando a encorajar os criminosos a se levantarem contra os guardiões da sociedade que lutam praticamente sozinhos contra um sistema que paulatinamente tem se mostrado ser por demais frágil para manter os criminosos em geral presos. É inegável que as polícias prendem os autores de crimes, mas os benefícios de penas que são aperfeiçoados pelos legisladores em favor da bandidagem, torna praticamente sem efeito o pesado trabalho que é desenvolvido pela polícia. A mídia é o 4º poder e deveria ser mais cautelosa ao ajudar a consolidar a opinião que a polícia está acuada. Conheço os policiais que trabalham na rua e posso afirmar que atentos todos estes profissionais sempre estiveram, mas também posso afirmar que jamais os homens de farda vão recuar ante a bandidagem. Polícia é polícia e quem tem que temer o braço da lei são os vagabundos que afrontam a sociedade.
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