Sempre acreditei que a mudança ocorre do micro para o macro e que ela é gradual. Faltam oito meses para completar dez anos que iniciei o projeto policiamento inteligente, uma “tese política” de mudança de mentalidade dentro das corporações policiais. Confesso que em alguns momentos me questiono se valeu a pena.
Neste período, vivi várias oscilações, muitas delas impostas por perseguições e pela própria resistência institucional às mudanças e as discussões democráticas, mas tenho sobrevivido. A quebra de paradigma sempre foi o nosso foco.
Confesso também que em alguns momentos pensei em desistir. O tema polícia não é bem visto e os resultados são ínfimos. A mudança é muito lenta, às vezes parece até inexistente.
Só para relembrar, dividi o policiamento inteligente em três fases para atingir a eficiência, eficácia e efetividade das ações policiais, tendo como base os ansiosos da sociedade: a primeira é a fase ideológica, nela é preciso romper com os conceitos da escola superior de guerra, inserindo novos conceitos.
Sempre digo que é a quebra de preconceito (ou pré-conceito) por meio de novos conceitos, que irão gerar um novo conhecimento, que chamo de “mudança de mentalidade”, essa por vez irá gerar a “desmilitarização cultural”, ou seja, o fim das aberrações dentro de sistema de segurança pública. O que não é fácil, pois a cultura militar é muito arraigada em nosso meio, altamente consolidada nos últimos 200 anos.
O primeiro passo para qualquer mudança é a mobilização social. A população precisa ser inserida nas discussões e decisões. Os governantes precisam parar de fazer “teatro” e deve planejar de maneira mais efetiva, colocando em prática por meio de ações reais. É preciso trocar o “marketing político” pela “ação política”.
Quando falamos em polícia, o assunto ainda é pouco discutido no mundo inteiro. Normalmente nos deparamos apenas com notícias mostrando os erros das forças policiais. A polícia sendo analisando academicamente praticamente inexiste, conforme nos mostra o google trands.
Quando analisamos as discussões voltadas para o termo “polícia militar” percebemos que o trânsito de informações ainda é muito limitado ao Brasil e a alguns países subdesenvolvidos ou desenvolvimento. Em sua maioria de colonização portuguesa.
Como vimos, falar de polícia no mundo ainda é muito limitado. Sobre polícia militar está praticamente restrito ao Brasil, nos últimos cinco anos, neste texto partimos do macro para o micro, pois as questões acabando sendo muito superficiais. O maior interesse sobre polícia militar nos mecanismos de buscas da internet é para o termo “concurso público”, depois que o candidato passa no concurso ele perde o interesse pelo assunto “polícia”.
Quando falamos em busca de eficiência, eficácia e efetividade, ou seja, de um policiamento inteligente, percebemos que somos uma gota no oceano. Após dez anos de discussão sobre o tema começamos a aparecer no mapa mundial do “google trands”, mas ainda limitado ao quadradinho chamado DF, o que pode ser considerado um grande feito. Isso nos dá vontade de continuar a tese política e quiçá um dia colocá-la em prática.
Nossas ideias ainda são um “gota no oceano”, mas já estão surtindo efeito. O termo começa a ganhar visibilidade no Brasil, mas ainda está 100% limitada ao DF, mas como afirmamos no início do texto, acredito que a mudança ocorrerá do micro para o macro. A mudança começa de nós, para nossa casa, nossa rua, nossa quadra, nossa cidade, nosso país e quiça no mundo.