Arquivo do mês: outubro 2013

Quem expõe a Corporação são aqueles que não pensam nas consequências administrativas ao tomá-las!

O movimento policiamento inteligente tem por objetivo a busca da eficiência, eficácia e efetividade das ações policiais, tendo como base os anseios da comunidade. Acreditamos que um policiamento eficiente, eficaz e efetivo passa necessariamente pela valorização do profissional que atua na base, pelo respeito à constituição cidadã e pela profissionalização das polícias.

Nós do movimento policiamento inteligente acreditamos que a “revolução” institucional passa por uma mudança cultural dentro do sistema, que chamamos aqui de “desmilitarização cultural”, ou seja, o fim das “aberrações” dentro do sistema de segurança pública. É uma migração do modelo patrimonialista e burocrático de gestão, para o modelo gerencial, muito mais dinâmico, eficiente, eficaz e efetivo.

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Além disso, acreditamos em uma mudança cultural no sistema de ensino, saindo do modelo tradicional, alicerçado em um sistema de ideias, ultrapassadas, uma ideologia autoritária, construída pela Escola Superior de Guerra, cunhado em tempos de ditadura, onde o cidadão é visto como o “inimigo”, que precisa ser combatido, como se estivéssemos em uma guerra, e o profissional de segurança pública é visto como uma criança indefesa que precisa de “controle” dos seus chefes a todo o momento, por meio de normas e regulamentos específicos. Pode uma criança indefesa, que não sabe se virar sozinha, proteger a sociedade? Acreditamos que não! Cada policial é um líder em potencial, pois possui poder, autoridade e legitimidade para atuar nas comunidades, basta ele conquistar a confiança da população.

CRIANÇAS FARDADAS

Precisamos compreender que profissionais de segurança pública “combatem” condutas erradas e não indivíduos.  Precisamos de uma formação mais crítica, alicerçada na quebra de preconceitos por meio de novos conceitos, até chegarmos a um novo conhecimento, tendo como base a “pedagogia da libertação”, que abre mentes e constrói um novo cidadão. Precisamos retornar a nossa função constitucional, que é a de polícia preventiva, nos adaptar a um novo paradigma, a uma nova visão de mundo, aonde não basta proteger a vida e o patrimônio, se estamos ferindo as garantias individuais. Precisamos nos alicerçar na filosofia de polícia comunitária, nos aproximar do cidadão, sermos cidadãos policiais, ao invés de nos acharmos superiores a eles!

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Para que relembrarmos tudo isso? É simples, recentemente postamos aqui uma matéria intitulada “O Verdadeiro RPMon: policiais da cavalaria pedem socorro!” Após a postagem, que tomou grandes proporções o nosso coordenador do “movimento” tem recebido vários ataques e ameaças  “veladas”, que também são ataques a todos nós, de pessoas que não compreenderam a importância dos conflitos internos, afinal “o  conflito gera a mudança”. A ausência de conflitos é sinal de dominação, já não somos mais escravos “rebeldes”, somos homens livres, libertos pelo poder do conhecimento, pela constituição federal de nosso país, somos homens e mulheres, policiais, que amam a polícia e a querem melhor do que está hoje!

Cel Rabelo - entrada do RPMon

Não temos medo de afirmar aqui: quem expõe a Corporação são aqueles que não pensam nas consequências administrativas ao tomá-las, que ferem os princípios da Legalidade, da Moralidade, da Impessoalidade, da Publicidade, da Eficiência do serviço público, dentre vários outros!  São aqueles que misturam o público e o privado em nosso meio! São aqueles que confundem hierarquia e disciplina com autoritarismo e patrulhamento ideológico! Não nos preocupamos com votos ou políticos! Nossa luta é maior do que tudo isso! O movimento policiamento inteligente não se resume ao nosso coordenador, “Aderivaldo Cardoso”, somos livres, estamos em todos os quartéis, em vários estados, temos vozes em vários blogs e canais de comunicação. Nossa voz não pode mais ser calada, como foi durante duzentos anos em nossa Corporação! Nossa força somos nós, nossa força é nossa voz! Separados somos fortes, juntos somos imbatíveis! Reforma policial Já!

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Texto enviado ao Coordenador do movimento por um tenente-coronel:

Parabéns pela sua matéria, Aderivaldo. Acho que a nossa conversa não surtiu efeito e você se tornou mais um a usar o denuncismo para calcar a sua corrida na carreira política. Pensei que você fosse diferente, mas a mosca azul te picou e você se tornou como tantos outros que usaram tal recurso. Não pense que esse bando de arruaceiros que apoiaram a sua iniciativa vão te apoiar nas urnas. Você e outros tantos iludidos podem ter muitas decepções nos seus devaneios políticos. Deplorável seu comportamento em expor a PMDF para conseguir plateia. Se você quisesse realmente estar comprometido com a moralidade, poderia ter feito tal denúncia diretamente ao MP. Mas não, as ribaltas, palcos e palanques seduzem. Mas o bom que a realidade, por mais dura que seja, coloca os pés no chão. Boa sorte.

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Desvio de Função: Preservação de local de crime por policial militar

Quem age antes do crime? Quem age depois? Quem age durante o crime, para evitá-lo? A polícia militar é uma polícia preventiva, age antes do crime, a polícia civil é uma polícia repressiva, age depois do crime. E durante o flagrante? Não temos o CICLO COMPLETO DE POLICIAMENTO, durante o cometimento de crime qualquer um do povo pode, a POLÍCIA DEVE. A dúvida é: Que polícia? Qualquer uma!

Outro ponto interessante foi levantado pelo então soldado Luciano PAULO da Silva, atualmente CB PAULO, sobre PRESERVAÇÃO DE LOCAL DE CRIME. Quem deve preservar local de crime? a PMDF ou a PCDF?

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Diante do cenário apresentado e em respeito às competências de cada instituição policial e atribuições inerentes a cada cargo das respectivas carreiras policiais militares e policiais civis, entende-se pela caracterização de desvio de função no fato de o policial militar, ao atender uma ocorrência policial, ter que manter um local de crime, por não ser atribuição pertinente ao seu cargo, com exceção da própria carreira de delegado e de agente de polícia, a exemplo do que se vê no Acórdão nº 233332/TJDFT, dispondo sobre o fato de que agentes de polícia e agentes penitenciários são cargos diversos e com atribuições distintas, pois o inciso II do artigo 37 da Carta Política prevê a investidura em cargo público somente através de concurso e o inciso V do artigo 35 da Lei Orgânica do DF veda o desvio de função (APC 20050110040653, Rel. Waldir Leôncio Lopes Júnior, 2ª Turma Cível, Data de julgamento: 14/11/2005, Publicado no DJU Seção 3: 24/01/2006, Pág. 95).”

PARTE

S/Nº.                                                                                   Gama – DF, ___ de janeiro de 2013.

Assunto: preservação de local de crime.

 Senhor Chefe do 3º CIA,

 Participo a V.S.ª para conhecimento e providências que julgar cabíveis fatos constantes que causam prejuízo ao exercício das atividades rotineiras.

Diante da legislação pertinente ao assunto abordado neste documento, solicito orientação para melhor desempenhar as atividades policiais militares no que se refere à preservação de local de crime e, desdobrando nesse, no local de acidente de trânsito com vítima.

Como e cediço a função dos cabos e soldados policiais militares do Distrito Federal conforme dispositivo no artigo 39, da Lei 7.289/84: “São elementos de execução”. Vemos ainda que cada policial é responsável direto pelas decisões que tomar e/ou praticar; artigo 41, Lei 7.289/84[1]. in verbis:

Art. 41Ao policial-militar cabe a responsabilidade integral pelas decisões que tomar, pelas ordens que emitir e pelos atos que praticar.

Para nossa felicidade em outubro de 1988, Ulisses Guimarães então presidente da Assembleia Constituinte promulgou a Constituição Cidadã e definiu no artigo 144 as funções e atribuições dos órgãos de segurança pública, vejamos: Continuar lendo

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Reforma policial: “O Brasil tem que acabar com as PMs”

Precisamos debater a REFORMA POLICIAL no Brasil. O modelo atual está entrando em colapso. Precisamos discutir um modelo brasileiro de polícia, que deve passar por um modelo civil de polícia e pelo ciclo completo de policiamento!  

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PESQUISA “A massa policial está insatisfeita. Mais de 70% das polícias consideram o modelo atual equivocado”, diz ele
Doutor em antropologia, filosofia e ciências políticas, além de professor e autor de 20 livros, Luiz Eduardo Soares é conhecido, mesmo, por duas obras: “A Elite da Tropa 1 e 2”, que inspiraram dois dos maiores sucessos de bilheteria do cinema nacional: “Tropa de Elite 1 e 2”. Considerado um dos maiores especialistas brasileiros em segurança, Soares, 59 anos, travou polêmicas em suas experiências na administração pública. Foi coordenador estadual de Segurança, Justiça e Cidadania do Rio de Janeiro entre 1999 e 2000, no governo Antony Garotinho, e Secretário Nacional de Segurança do governo Lula, em 2003. Bateu de frente com os dois e foi demitido. Nos últimos 15 anos, dedicou-se, junto com outros cientistas sociais, à elaboração de um projeto para modificar a arquitetura institucional da segurança pública brasileira, que, no entender do professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), passa necessariamente pela desmilitarização das polícias e o fim da PM – como gritam manifestantes em passeatas. O trabalho virou a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 51, apresentada no Congresso Nacional pelo senador Lindbergh Faria (PT-RJ).
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“A PM vê o manifestante como inimigo. Para a grande massa, a polícia tem um comportamento abusivo, violador, racista, brutal”
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“A resistência de Geraldo Alckmin em enfrentar a brutalidade letal da polícia está no coração da dinâmica terrível de ascensão do PCC”
Por que o sr. defende a desmilitarização da polícia? 

LUIZ EDUARDO SOARES –

Porque já passou da hora de estender a transição democrática à segurança pública. A Polícia Militar é mais do que uma herança da ditadura, é a pata da ditadura plantada com suas garras no coração da democracia. A polícia é uma instituição central para a democracia. E é preciso que haja um projeto democrático de reforma das polícias comprometido com o novo Brasil, com a nova etapa que a sociedade está vivendo. O Brasil tem que acabar com as PMs.
ISTOÉ – 

Deixar de ser militar torna a polícia mais democrática?
LUIZ EDUARDO SOARES –

A cultura militar é muito problemática para a democracia porque ela traz consigo a ideia da guerra e do inimigo. A polícia, por definição, não faz a guerra e não defende a soberania nacional. O novo modelo de polícia tem que defender a cidadania e garantir direitos, impedindo que haja violações às leis. Ao atender à cidadania, a polícia se torna democrática.
ISTOÉ – 

Mas o comportamento da polícia seria diferente nas manifestações se a polícia não fosse militar?
LUIZ EDUARDO SOARES –

Se a concepção policial não fosse a guerra, teríamos mais chances. Assim como a PM vê o manifestante como inimigo, a população vê o braço policial do Estado que lhe é mais próximo, porque está na esquina da sua casa, como grande fonte de ameaça. Então, esse colapso da representação política nas ruas não tem a ver apenas com corrupção política nem com incompetência política ou falta de compromisso dos políticos e autoridades com as grandes causas sociais. Tem a ver também com o cinismo que impera lá na base da relação do Estado com a sociedade, que se dá pelo policial uniformizado na esquina. É a face mais tangível do Estado para a grande massa da população e, em geral, tem um comportamento abusivo, violador, racista, preconceituoso, brutal.
ISTOÉ – 

Mas no confronto com traficantes, por exemplo, o policial se vê no meio de uma guerra, não é?
LUIZ EDUARDO SOARES –

Correto. Mas esses combates bélicos correspondem a 1% das ações policiais no Brasil. Não se pode organizar 99% de atividades para atender a 1% das ações.
ISTOÉ – 

Como desmilitarizar uma instituição de 200 anos, como a PM do Rio?
LUIZ EDUARDO SOARES –

Setenta por cento dos soldados, cabos, sargentos e subtenentes querem a desmilitarização e a mudança de modelo. Entre os oficiais, o placar é mais apertado: 54%. Mas a desmilitarização não é instantânea. Precisa de um prazo que vai de cinco a seis anos e que depois pode se estender. É um processo muito longo, que exige muita cautela, evitando precipitações e preservando direitos.
ISTOÉ – 

Como poderia ser organizada uma nova polícia?
LUIZ EDUARDO SOARES –

Os Estados é que vão decidir que tipos de polícia vão formar. A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 51 define dois critérios de organização: territorial e de tipo criminal. Isso porque a realidade do Brasil é muito diversa. O melhor modelo policial para o Amazonas não precisa ser o do Rio. São realidades demográficas, sociológicas, topográficas e geográficas distintas.
ISTOÉ – 

Como funcionaria o modelo territorial?
LUIZ EDUARDO SOARES –

Seriam corporações com circunscrição dentro dos municípios, regiões metropolitanas, distritos e o próprio Estado. Poderíamos ter polícia municipal ou na capital, o Estado é que definirá. São Paulo, por exemplo, tem tantas regiões distintas, com características diversas, que poderia ter várias polícias. Essa seria uma possibilidade. Muitos países têm polícias pequenas a partir de certas circunscrições. Então poderíamos ter desde uma polícia só, porque a unificação das polícias é possível, até várias dentro do mesmo Estado.
ISTOÉ – 

E o tipo criminal?
LUIZ EDUARDO SOARES –

Teríamos uma polícia só para crime organizado, outra só para delitos de pequeno potencial ofensivo. Mas todas são polícias de ciclo completo, fazem investigação e trabalho ostensivo. Poderia ter polícia esta-dual unificada para delitos mais graves, que não envolvam crime organizado. E pode ter uma polícia pequena só para crime organizado, como se fosse uma Polícia Federal do Estado. São muitas possibilidades.
ISTOÉ – 

Como fica a União?
LUIZ EDUARDO SOARES –

Poderia ter atuação destacada na educação policial. No Rio, para ingressar na UPP o policial é treinado em um mês. Em outros Estados, são oito meses. O Brasil é uma babel. Tem algo errado. Tem que ter regras básicas universais. Na polícia, a bagunça, a desordem e a irresponsabilidade nacional, consagradas nesse modelo, são de tal ordem que formamos policiais em um mês, que têm o mesmo título de outro profissional formado em um ano. É necessário que haja um Conselho Federal de Educação Policial, como existe Conselho Federal de Educação. E o Conselho tinha que estar subordinado ao Ministério da Educação, não no da Justiça.
ISTOÉ – 

Os policiais foram consultados sobre esses novos modelos?
LUIZ EDUARDO SOARES –

Fiz uma pesquisa sobre opinião policial, junto com os cientistas sociais Silvia Ramos e Marcos Rolim. Ouvimos 64.120 profissionais da segurança pública no Brasil todo. Policiais, guardas municipais, agentes penitenciários. A massa policial está insatisfeita, se sente alvo de discriminação, de preconceito, recebe salários indignos, se sente abusada, sente os direitos humanos desrespeitados. Mais de 70% de todas as polícias consideram esse modelo policial completamente equivocado, um obstáculo à eficiência. E os militares se sentem agredidos, humilhados, maltratados pelos oficiais. Acham que os regimentos disciplinares são inconstitucionais. Pode-se prender sem que haja direito à defesa, até por um coturno sujo!
ISTOÉ – 

Mas isso não ajuda a manter a disciplina?
LUIZ EDUARDO SOARES –

De jeito nenhum. Mesmo com toda essa arbitrariedade não se evita a corrupção e a brutalidade. Estamos no pior dos mundos: policiais maltratados, mal pagos, se sentindo desrespeitados, não funcionando bem. E a população se sentindo mal com essa problemática toda. E os números são absurdos: 50 mil homicídios dolosos por ano e, desses, em média, apenas 8% de casos desvendados com sucesso. Ou seja: 92% dos crimes mais graves não são nem sequer investigados.
ISTOÉ – 

É o país da impunidade?
LUIZ EDUARDO SOARES –

Somente em relação ao homicídio doloso. Estamos longe de ser o país da impunidade. O Brasil tem a quarta população carcerária do mundo. Temos 550 mil presos, eram 140 mil em 1995.
ISTOÉ – 

O que mais é necessário para democratizar a segurança pública?
LUIZ EDUARDO SOARES –

Precisamos de uma polícia de ciclo completo, que faça o patrulhamento ostensivo e o trabalho investigativo. Hoje temos duas polícias (civil e militar), e cada uma faz metade do serviço. Nosso modelo policial é uma invenção brasileira que não deu certo. Até porque quando você vai à rua só para prender no flagrante, talvez esteja perdendo o mais importante. Pega o peixe pequeno e perde o tubarão. Tem que ter integração. O policiamento ostensivo e a investigação se complementam.
ISTOÉ – 

O que mais é importante?
LUIZ EDUARDO SOARES –

 É fundamental o estabelecimento de carreira única. Em qualquer polícia do mundo, se você entra na porteira pode vir a comandar a instituição, menos no Brasil. Hoje temos nas instituições estaduais quatro polícias de verdade. Na PM são os praças e oficiais. Na civil, delegados e agentes. São mundos à parte. Você nunca vai ascender, mesmo que faça o melhor trabalho do mundo, sendo praça. Mas para quem entra na Escola de Oficiais, o céu é o limite. Isso gera animosidades internas. Isso separa, gera hostilidade. E esse modelo tem que acabar na polícia. Isso é o pleito da massa policial.

ISTOÉ 

O sr. foi secretário de Segurança e não fez as reformas. Por quê? 

LUIZ EDUARDO SOARES -Por causa da camisa de força constitucional. Não podíamos mudar as polícias. Mas dentro dos arranjos possíveis fizemos o projeto das Delegacias Legais, que é uma das únicas políticas públicas do Brasil a atravessar governos de adversários políticos. São 15 anos desse projeto, apesar da resistência monstruosa que enfrentei. Fui demitido pelo (Anthony) Garotinho porque entrei em confronto com a banda podre da polícia. Após minha queda, policiais festejavam e o novo chefe de polícia dizia: agora estamos livres para trabalhar. Foi uma explosão de autos de resistência.

ISTOÉ

O crescimento do PCC se deve ao modelo policial vigente? 

LUIZ EDUARDO SOARES -Acho que a resistência do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) em enfrentar a brutalidade letal da polícia, sua dificuldade em enfrentar a banda podre, de confrontar a máquina de morte, com a bênção de setores da Justiça e do Ministério Público, está no coração da dinâmica terrível de ascensão do PCC. Durante os primeiros anos, o PCC foi um instrumento de defesa dos presos, de organização que falava em nome da legalidade que era desrespeitada pelo Estado. Depois se dissociou das finalidades iniciais. Como já existia como máquina, poderia servir a outros propósitos, inclusive criminais. E foi o que começou a acontecer. O PCC deixou de ser instrumento de defesa para ser de ataque. Aí eles começaram a funcionar como uma organização criminosa.

Fonte: Revista ISTO É.

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O verdadeiro RPMon: policiais da cavalaria pedem socorro!

Homem, cavalo, beleza, rapidez, efeito psicológico, atuação em terrenos inacessíveis, contenção de distúrbios, picuinhas, desrespeito, perseguições, sujeira, ratos, pombos, desvio da atividade fim, tropa insatisfeita! Do céu ao inferno! Sejam bem-vindos ao RPMon!

Cel Rabelo - entrada do RPMon

 Quem não conhece o Regimento de Polícia Montada da nossa gloriosa PMDF não sabe o que está perdendo. É um lugar bastante bonito e acolhedor. Vale a pena conhecer, mas cuidado! Visite apenas o Departamento Hípico e no máximo o pavilhão de comando. Descer até as dependências inferiores é como sair da floresta encantada e entrar nas trevas.

Larga sem estruturaQue o lugar tem suas qualidades não podemos negar, mas queremos mostrar a todos o outro lado da moeda. Vamos lá!

 Infelizmente o RPMon é tratado como haras por alguns oficiais. Coronéis já reformados se deleitam em montarias diárias com animais separados exclusivamente para eles. Têm direito até a baias específicas, as melhores baias do Regimento por sinal. Enquanto isso equinos comprados, tratados e mantidos pelo dinheiro público são afastados do policiamento diário e servem apenas de animais de salto para alimentar o ego de alguns oficiais. A prova de que nossa administração ainda é PATRIMONIALISTA, ou seja, ainda confunde o público com o PRIVADO!

(Observem que esses coronéis “possuem” dois cavalos diferentes cada um)

 Outro problema advindo com a separação dos animais do Regimento em cavalos para policiamento e cavalos para o DH (Departamento Hípico) é a sobrecarga de trabalho para os equinos do serviço ordinário que acabam trabalhando todos os dias sem descanso. A foto abaixo mostra a exaustão dos animais.

Cavalos exaustos

 Outra dificuldade é a impossibilidade de diálogo. Não se atrevam a reclamar cavalarianos ou serão taxados de subversivos! E ainda pior: sofrerão uma perseguição camuflada enquanto servirem à unidade.  Exemplo disso foi a frase dita por um major a um dos pelotões do Rpmon quando seus integrantes alegaram ser impossível vestir o uniforme novo durante a passagem de comando porque muitos deles ainda não tinham o fardamento: “Não queiram testar o sistema, pois o putinho de cá é muito pior que o putinho de lá!”. É com esse tipo de atitude que a polícia quer ser tratada como tropa de nível superior? Já chegaram a dizer que há 30 anos a Cavalaria tem os mesmos costumes e sempre deu certo. Se existem reclamações agora o problema é do policial que por ser mais culto e esclarecido se tornou soberbo e prepotente.

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A faxina acabou no seu batalhão? Que ótimo! Por aqui não! Todos os dias as cavalariças que a princípio teriam como função o trato do animal têm que catar folhas, limpar baias e calhas. O tempo foi pouco? Deixe de dar a comida dos cavalos e faça a limpeza. Afinal, neste mundo superficial em que vivemos hoje o que contas é a aparência. Qualquer coisa a cavalhada come mato!

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O que agrava ainda mais a situação das cavalariças é o ambiente totalmente insalubre das baias. Pombos e ratos convivem livre e alegremente com as pessoas e os cavalos. Ou seja, varrer baia é respirar fezes e urina de ratos e pombos.

 Abaixo temos a confortável área de serviço dos baianos, apelido carinhoso das cavalariças.

 (Área multifunção: alimentação, escrivaninha de serviço, descanso, observação de ratos e pombos e vista para os equinos e baias que estão logo atrás há poucos metros)

 Olha a dengue aí gente!!!

(Pneus abandonados: possíveis focos de dengue)

 Um pouco de choque faz bem ao coração! E se morrer a PM ampara a família e a CABE paga o funeral!

 Precisamos urgentemente de administradores que se sensibilizem com a precariedade do policiamento montado nas épocas de chuva! Nesses tempos a Cavalaria pára! Pára embaixo da marquise sujando a calçada do pedestre e a fachada das lojas dos comerciantes de fezes e urina de cavalo!

Policiais na chuva

Qual a eficiência desse policiamento?

A sociedade não quer cavalo, quer POLÍCIA!  Se está chovendo porque não distribuir os policiais de serviço no dia nas viaturas disponíveis no Regimento? Segundo o mesmo major citado anteriormente, desfazer a união homem-cavalo desfaz também a essência da unidade especializada. Como todos sabemos em Brasília não chove o ano todo. Substituir o policiamento montado pelo policiamento motorizado por apenas uns meses só traz benefícios a sociedade. Afinal, antes de sermos cavalarianos, somos policiais militares. E não acreditem que a famosa capa de chuva adquirida pela PMDF protege o policial da chuva, alguns animais sequer aceitam seu uso, pois assustam e podem causar acidentes ao policial e a outras pessoas.

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Aniversário do Regimento: o evento do ano para a Cavalaria! Tudo fica lindo, bem cuidado, há competições de salto, visita dos Regimentos dos outros estados. Simplesmente perfeito. Contudo, toda beleza tem seu preço. Nessa época os policiais se tornam pedreiros, pintores, serralheiros, jardineiros, tudo, menos policiais! É corriqueira a prática de se dar um jeitinho, principalmente com relação aos serviços fora das atribuições. Sempre tentando nos fazer aceitar a máxima de que se não tem ninguém, façamos nós mesmos. Todo o festejo traz consequências graves para o policiamento diário. A festa tem vários patrocinadores que fornecem dinheiro para compra de lâmpadas, tintas, prêmios entre outros. As luzes só iluminam nessa época, pois depois que elas se queimam tudo fica as escuras novamente.

Aniverário

Por todos esses problemas e alguns outros ainda não citados, os guerreiros cavalarianos se encontram totalmente desmotivados e desvalorizados. Amam o que fazem, mas tentam a todo instante sair da unidade. Clamamos por socorro! Suplicamos por uma intervenção! Somente com mudanças culturais, estruturais, físicas e administrativas que o nosso querido RPMON poderá prestar bons serviços a sociedade sem esquecer do seu tão sofrido público interno.

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Outro ponto interessante é que os policiais não estão tendo suas escalas respeitadas, uma vez que os gestores preferem o trabalho interno ao policiamento diário e diariamente policiais são removidos do serviço fim para o serviço meio.

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Somos humanos, “Estou acabado”, diz bombeiro após tentar salvar bebê engasgado com leite materno

“Estou acabado”, diz bombeiro após tentar salvar bebê engasgado com leite materno
Criança tinha cinco meses e não resistiu. Manobra de reanimação foi feita durante uma hora

Gustavo Frasão, do R7

O bombeiro usou o perfil pessoal no Facebook para desabafarReprodução / Facebook

“Estou acabado”, disse o subtenente do Corpo de Bombeiros Humberto Araújo após tentar salvar um bebê de cinco meses que se engasgou com o leite materno na noite desta quinta-feira (24). Ele disse que a equipe fez o “impossível para salvar a criança”, mas ela não resistiu e morreu.

Chateado com a situação, o militar decidiu usar o perfil pessoal em uma rede social para desabafar. No texto, ele disse que o resultado desta ocorrência “derrubou a guarnição”. Em entrevista ao R7, Araújo explicou que, como pai, não tem como evitar a emoção.

— Nós tentamos de tudo, fizemos o possível e o impossível. Queríamos muito salvar aquela criança, mas infelizmente não conseguimos. Tentamos durante uma hora reanimá-la, mas os sinais vitais não voltaram. Estou acabado.

Leia mais notícias no R7 DF

Por telefone, policial militar salva vida de bebê engasgado

O bebê se engasgou por volta das 22h30 enquanto era amamentado pela mãe, que mora em Ceilândia (DF). Ela acionou o resgate assim que percebeu o problema e quando os bombeiros chegaram a criança estava inconsciente.

— Quando chegamos o bebê estava desacordado e sem respirar. Iniciamos as manobras de ressuscitação e durante o atendimento o estado piorou.

Um médico também foi enviado com equipes especializadas do Samu (Serviço de Atendimento Móvel Urgente) para prestar apoio no atendimento.

Os socorristas chegaram a aplicar medicações para que os órgãos vitais voltassem a responder, mas depois de uma hora os aparelhos não registraram nenhum tipo de reção.

— Quando vimos que não teria mais nada o que fazer, toda a equipe ficou abatida. Saímos de lá arrasados. Somos pais de família e fazemos de tudo para salvar vidas. Quando isso não acontece, é impossível ficar bem.

No comentário publicado pelo militar no Facebook, ele disse que o desespero da mãe e familiares da criança vai “ecoar na mente durante os plantões por vários dias”. O subtenente fecha o texto desejando que “esse anjo seja recebido por Deus no céu”.

— Infelizmente é assim. Lidamos com vida e é sempre muito difícil. Precisamos estar sempre preparados para a próxima ocorrência, mas este caso não vai se apagar tão cedo.

Fonte: http://noticias.r7.com/distrito-federal/estou-acabado-diz-bombeiro-apos-tentar-salvar-bebe-engasgado-com-leite-materno-25102013

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