Arquivo do mês: novembro 2012

A vida é feita de escolhas

As vezes minhas postagens podem dar a impressão de que fui um super pai, mas creio que eu não tenha sido. Meus filhos que sempre foram super filhos, sempre foram maravilhosos. Durante um bom tempo fui um pai ausente, um péssimo pai. Já cheguei a dizer que “tinha o direito de pegar meus filhos e não a obrigação”, já fugi das minhas responsabilidades, já tive medo delas. Tive que mudar quando minha filha me escreveu uma carta dizendo que eu era um pai ausente, viciado em trabalho. É possível que eu valorize os momentos com meus filhos e os exponha aqui porque foram poucos, mas foram momentos muito importantes, pois sempre me ensinaram muito. Eu poderia ser um frustrado e viver reclamando das coisas que não fiz com eles. Poderia reclamar das coisas que nunca mais farei. Nunca viajei com meu filho, por exemplo, nossa única viagem foi para um campeonato de futebol em Formosa, mas que nos divertimos muito. Infelizmente nunca mais viajarei. Como não viajamos para outras cidades, viajamos nas ideais, nos sonhos, falávamos de futuro, falávamos das estrelas, falávamos que a lua se afasta da terra a cada ano, que ninguém pode matar nossos sonhos, que a vida é maravilhosa e deve ser vivida intensamente. Falamos de amor, falamos de felicidade, falamos muitas vezes com o nosso silêncio, nos falamos com um abraço, com um beijo e até mesmo com um aceno à distância quando não podíamos parar para conversar. Agradeci a minha filha, Giuliana Brilhante, essa semana por aquela carta, pois ela mudou a minha vida. Como minha filha escreveu uma vez: “às vezes é preciso momentos ruins para que possamos valorizar os bons.”

biel e Giu felizes
Quinta-feira – 06/01/2011 às 15:56 a.m

Meu pai?

O melhor do mundo…

Pai não é aquele chato como dizem, talvez sim, mas o meu é diferente ele é legal todas as horas…

Significado de pai: parceiro, amigo, incomparável.

Só quero que você saiba que durante esses dois meses senti falta dos abraços, das conversas, das manhãs “perdidas”, mas que me ensinaram bastante, dos sorrisos, das broncas, de cada “não desista”, “seja forte”, de todo dia ou quase todo dia você dizer que me ama, de cada vez que você fala: “se cuida”.

Ás vezes você é AUSENTE, mas realmente sempre está perto de mim. Te amo demais.

De sua filha que te ama de mais…

Para o melhor pai do mundo.

Nunca desista de um sonho!!

Giuliana Cardoso

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O sofrimento pode tornar-se uma pérola

O sofrimento é algo presente na vida do ser humano. Com o passar do tempo perder entes queridos e amigos também torna-se uma constância, até porque a única certeza que temos desde que chegamos é a de que um dia retornaremos. Em certos momentos devemos escolher entre sermos pessoas amarguradas por causa da dor, ou pessoas libertas, felizes, plenas, que aprendem com o sofrimento e as experiências negativas da vida. Gosto do exemplo da ostra que se alimenta filtrando da água os nutrientes necessários para sua sobrevivência, mas que em determinado momento uma pequena sujeira provoca uma pequena ferida, tal ferida libera um líquido, que gosto de chamar de lágrimas, essas lágrimas passam a revestir a sujeira, e ao revistá-la começa a endurecer, provocando mais dor e mais líquido, que por sua vez aumenta de tamanho, provocando mais dor e mais líquido, até chegar em um momento em que não há mais dor e nem mais líquido, mas ao invés de sujeira uma linda pérola. Que é encontrada por pescadores experientes e tornam-se presentes raros e preciosos para outras pessoas. Meus textos são resultado de muitas lágrimas, de muita dor, mas podem tornar-se pérolas, grande presentes para pescadores experientes.

Quem foi Gabriel Brilhante?

Gabriel Brilhante Lima Cardoso, ou simplesmente “Gabriel Brilhante”, nasceu no dia 06 de dezembro do ano de 1996, atleta, iniciou como goleiro de futsal, mas apaixonado por vôlei e pela vida, jogava como líbero, mas queria mesmo era ser ponteiro, sonhava em chegar a seleção brasileira de vôlei, treinava diariamente, buscava a perfeição.

Apaixonado por azul, também gostava do vermelho, corinthiano de coração, aprendeu a torcer com o pai, era apaixonado pela Fabi e vidrado na Jaqueline da seleção brasileira de vôlei feminino, Gabriel era uma “criança” com alma de adulto. Um garoto sábio que estava sempre pronto a ajudar conhecidos e desconhecidos, um grande amigo, um grande companheiro.

Adorava música, todas aquelas que conseguisse cantar com os amigos, mas uma delas era especial, gostava da Adele, sua música preferida era Rolling in the Deep e sempre cantava The Lazy Song, também tocava violão, suas comidas preferidas eram strogonoff, pizza, lasanha e sushi.

Era um garoto cheio de sonhos, cheio de vida, não dava para ficar triste ou pelo menos sério do lado dele. Transpirava alegria, uma alegria que contagiava todo mundo.

Sempre nos ensinou a não desistir do que se quer, a lutar para realizar nossos sonhos, a aproveitar cada momento como se fosse o último, que saudade não será motivo suficiente para trazer alguém de volta, que mesmo sem dizer “tchau” um dia as pessoas se vão, que mesmo nos momentos difíceis é preciso ter fé, que a vezes momentos ruins devem acontecer para os bons valer a pena e principalmente, nos ensinou a acreditar em seu potencial.

Sempre chegava com um abraço, as vezes um beijo, acompanhados de um “oi” e um gesto de carinho. Ele se preocupava muito com quem estava a sua volta, não gostava de ver ninguém chorando. Era louco por balinha de maracujá, seu livro preferido era “Transformando suor em ouro”, do técnico Bernadinho, vivia lendo e relendo para os amigos as partes que mais gostava. A palavra obrigado era sempre presente em sua boca. O carinho e o respeito pelos animais era a sua marca.

Era apaixonado por Ciências, em especial pela Física e pela Química, adorava as estrelas, um dia sonhou em ser astronauta, fazia experimentações em casa e quando chegava na escola ia logo procurar a Prof. Danielle em busca de explicações para os fenômenos observados e resultados obtidos. Adiantava as atividades em casa, para que ela pudesse apresentar à ele, novos conhecimentos, que na 5ª série, à época, não seria possível adquirir em sala de aula.

Ele tinha em casa um livro de Ciências Naturais da 8ª série que ela lhe emprestou durante o ano letivo para que ele pudesse percorrer os caminhos do conhecimento junto com ela. Era alguém a frente de seu tempo e não tinha tempo a perder! Deixou-nos no dia 05 de dezembro de 2011, em uma manhã de segunda-feira. Partiu em um leito de uma UTI, lutou até o fim.

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Caminos Flamencos

Como disse recentemente, cansei de falar de política, quero falar da vida, falar dos amigos, de pessoas queridas. Falar de política tem se tornado muito chato. Quero focar no que realmente importa, para mim são as pessoas, em especial, minha família, meus amigos, meus colegas…

Ontem recebi um convite maravilhoso. Uma querida amiga convidou-me para assistir sua apresentação de dança na Sala Martins Penna, no Teatro Nacional, o espetáculo de título “CAMINOS FLAMENCOS.” Uma linda apresentação.

Durante o evento parei para pensar sobre nossas aptidões e o quanto somos ecléticos em nossa Corporação.

A amiga que participou da apresentação é cirurgiã dentista, policial militar, estuda francês na Universidade de Brasília, foi uma das primeiras colocadas nos diversos cursos que fez, é mãe, esposa e já foi oficial do exército. Muito dedicada, passou para um mestrado em uma das universidades mais especializadas em ossos da face de Paris, mas o comando da PM não a liberou, mas isso é outra história, enfim, é altamente especializada e dedicada, uma pessoa super humana. Uma grande amiga.

Conheci a Andrea Gama quando eu trabalhava na seção de recrutamento e seleção da PM, ela e outras candidatas estavam sendo impedidas de assumir o cargo por serem mulheres. Algo absurdo que ocorreu há no máximo quatro anos. Ajudei-as a fazer alguns contatos e nos tornamos grandes amigos. Um grande presente de Deus em minha vida.

Ver a felicidade de meus amigos e o sucesso deles tem me trago muito alegria. Vê-la radiante, dançando foi maravilhoso. Sucesso minha amiga! Parabéns! Grande abraço e muito obrigado pelo convite!

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Devemos chorar com os que choram e nos alegrar com os que se alegram

A bíblia fala sobre se alegrar com os que se alegram e sobre chorar com os que choram. Vivi tudo isso ontem…

O ano que se encerra não está sendo fácil. O peso em meus ombros parece ter muitas toneladas. Mesmo em meio a multidão as lágrimas teimam em querer descer, o nó na garganta ainda vem e a saudade é constante.

É impressionante como toda a “pulsão de morte” vem a tona ao se aproximar um ano da partida de Gabriel. Um ciclo de luto que se fecha. O dia de ontem foi de reflexão e de alegria. Muitos dos que se reuniram ontem para se alegrar já se encontraram para chorar antes…

Foi uma grande honra e uma grande felicidade participar da celebração de casamento de dois amigos, de duas pessoas muito queridas. Ver a alegria deles me trouxe muita alegria.

Ontem estivemos reunidos para celebrar o casamento do Cap. Guilherme e da Cap. Adriana. Posso falar sem medo de errar que foi a cerimônia de casamento mais bonita que já participei.

Uma homilia simples, mas direta, daquelas que tocam o coração das pessoas. Músicas lindas, duas homenagens fantásticas, além de um “teto de aço” como eu nunca havia visto, com tantas pessoas, com tanta energia. Uma grande demonstração de união e de quanto os dois são queridos. Até agora ouço o som das espadas tocando umas nas outras. Uma energia maravilhosa, de uma simbologia fantástica. Emocionante…

A amiga Adriana Lira foi muito importante em minha vida no passado, pois me estendeu a mão quando mais precisei para concluir minha especialização. Fizemos um curso juntos e quando pensei em desistir, ela, juntamente com outros amigos me seguraram pelas mãos, chegando ao ponto dela e da Major Cristiane Simões, outra amiga querida do Bombeiro, mandarem cópias de suas resenhas para me ajudar, sem falar no fato de tirarem cópias das apostilas de estudo e levarem até a mim para que eu continuasse.

Já o Guilherme me foi apresentado pelo amigo Inglês, ele foi a minha casa por volta de meia noite, para juntos terminarmos um trabalho, quando ele ainda era aspirante. Depois disso, tornei-me amigo de seu irmão Glauber e descobrimos que haviam outros amigos em comum. Ele é um cara brilhante. Uma pessoa estudiosa, competente e super humana.

São duas pessoas maravilhosas de um coração do tamanho do mundo. A eles meu muito obrigado do fundo do coração pelo convite e pela persistência em me achar, pois tiveram que deixar o convite com o porteiro, pois nunca me achavam em casa e nossas “agendas” nunca batiam.

Desejo do fundo do meu coração, muita paz, alegria, felicidade, saúde e prosperidade aos dois. Que Deus os abençoe hoje e sempre! Em Eclesiastes diz que há tempo para se alegrar e tempo para chorar, tempo de abraçar e tempo de se afastar. Ontem com certeza foi tempo de se alegrar e de se abraçar.

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Os bons nunca morrem…

Ultimamente eu tenho me cansado de falar de política, acho que eu quero falar da vida, falar da vida é muito mais interessante do que falar de política. Ultimamente eu ando muito pensativo…

A perda do meu filho trouxe um sentimento que eu não consigo explicar, sabe aquela sensação de vazio? Aquela sensação de que falta algo? É a sensação que eu tenho às vezes…

O Gabriel pra mim era um grande presente de Deus, um presente lindo, um presente maravilhoso. Sabe aquele amigo? Aquele companheiro? Aquela pessoa que fala coisas que você jamais pensou que alguém pudesse falar? Uma criança com alma de adulto? Acho que é o que Gabriel era, aquela pessoa que não te deixa desanimar em nenhum minuto. Às vezes eu paro e fico lembrando dele, tentando me animar (…)

No dia que eu decidi sair de casa, mesmo, no dia da separação, ele ainda pequeno, me perguntou: “aonde você vai pai?”, nós estávamos na casa dos meus pais, eu falei: “cara eu vou lá em casa buscar minhas roupas, porque eu preciso sair de casa. Eu e sua mãe, nós estamos brigando muito e eu acho que é melhor para nós separarmos (…)”

Ele de imediato falou: “eu vou contigo pai!” Eu lembro que enquanto eu pegava as roupas, lá em casa, e ia arrumando, ele me olhava de cabeça erguida e me ajuda em alguns momentos. Após pegarmos as roupas eu disse para ele que a partir daquele momento ele seria o “homem da casa” e que ele teria que cuidar da mãe e da irmã dele. É engraçado como ele fez isso com uma “maestria”(…)

Ele cuidava da Giuliana e cobrava dela até mais do que eu. As vezes até parecia que ele era mais pai dela do que eu. Posso imaginar a falta que ele faz para ela (…).

Eu me lembro de uma vez, algum tempo depois, quando eu tive um relacionamento, e esse relacionamento estava passando por uma crise, ele me contou um sonho e me falou que no sonho tinha uma porta enorme e que para passarmos por ela tínhamos que “ficar pequenos”, e aí conseguíamos passar para o outro lado, e que ao passar, atrás da porta tinha um “F” (enorme) de família, mas não era qualquer “F”, e não era qualquer família, era uma família com “F” maiúsculo, (…) ele me falou que a família era muito importante e que era para eu ficar tranquilo, que eu teria uma família com “F” maiúsculo, uma família de verdade, uma família “feliz” (…)

Que lição que ele me deu ali, aquele dia, naquele momento meus olhos encheram d’água, aí me deu uma paz, uma tranquilidade tão grande, uma paz e uma tranquilidade vindas de um menino, cara, uma completa inversão para os padrões normais, um filho aconselhando um pai, quantas vezes, quantas histórias, ele me deixou um legado, me deixou muitas coisas, me deixou muita saudade, me deixou muitos sonhos…

O Sonho de ver o “IGB” (Instituto Gabriel Brilhante) funcionando está ardendo em meu coração. Mais vivo que nunca. As pessoas que vivem em nosso coração nunca podem morrer. São eternizadas em nossas memórias! Quem sabe com “cinco pães e dois peixinhos” podemos alimentar uma multidão. Dia 06 de dezembro é o dia da chegada e da partida do corpo dele (para nós). Quero que a partir desse ano essa data seja marcante, celebre a vida e não a morte!
Os bons nunca morrem!

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