Coronel Cordeiro: por que os planos de saúde foram cancelados?

O coronel Sérgio Luiz de Souza Cordeiro, ex-chefe do Departamento de Saúde da Polícia Militar doDistrito Federal, disse nesta terça-feira (3), em entrevista ao G1, que tomou sozinho a decisão de suspender os convênios médicos firmados com PM.

A decisão de suspender os convênios de saúde dos policiais militares foi anunciada no dia 26 de novembro, pelo Departamento de Saúde da PM. O setor alegou falta de verba.

“Essa decisão [a suspensão dos convênios] eu tomei ouvindo o meu corpo técnico, em função das circunstâncias e porque eu estava no limite. Porque se eu continuasse a permitir que o atendimento permanessesse, eu iria responder por realizar despesar pública sem crédito orçamentário. Eu tomei essa decisão porque não havia, por parte do Comando [da PM], uma solução para o problema.”

O documento que oficializa a suspensão informa que a PM não autoriza nenhum tipo de procedimento médico-hospitalar, inclusive de urgência e emergência. O ofício diz ainda que a interrupção dos atendimentos vai até o dia 31 de dezembro e sugere que os policiais militares procurem a rede pública do DF.

Ao contrário do que disse o comandante-geral da Polícia Militar, Jooziel Freire, no último dia 29 de novembro ao G1, o coronel Cordeiro garante que os pagamentos aos hospitais que participam do convênio com a PM continuam suspensos.

Coronel Sérgio Luiz de Souza Cordeiro, ex-chefe do departamento de saúde da Polícia Militar-DF (Foto: Ricardo Moreira / G1)
Coronel Sérgio Luiz de Souza Cordeiro, ex-chefe do departamento de saúde da Polícia Militar-DF (Foto: Ricardo Moreira / G1)

O ex-chefe do Departamento de Saúde afirma que o comandante-gera da PM foi comunicado várias vezes sobre o risco de suspensão do serviço. O primeiro alerta, segundo Cordeiro, foi feito oficialmente em 4 de junho deste ano.

Na entrevista ao G1 no último dia 29 de novembro, Freire disse que foi pego de supresa com a suspensão dos convênios.

Cordeiro também diz que a secretária interina de Planejamento, Wanderly Ferreira da Costa, e o gestor do Fundo Constitucional do DF, Paulo dos Santos de Carvalho, são responsáveis pela retirada de recursos necessários à manutenção dos convênios de saúde da PM.

Essa decisão [a suspensão dos convênios] eu tomei ouvindo o meu corpo técnico, em função das circunstâncias e porque eu estava no limite. Porque se eu continuasse a permitir que o atendimento permanessesse, eu iria responder por realizar despesar pública sem crédito orçamentário.”
coronel Sérgio Luiz de Souza Cordeiro, ex-chefe do Departamento de Saúde da PMDFl

Cordeiro contou que ele, junto com sete oficiais da área técnica da PM, o gestor do Fundo Constitucional do DF e a secretária interina de Planejamendo participaram de uma reunião no fim do mês passado.

Nesse encontro, diz Cordeiro, Wanderly afirmou que não haveria, em “hipótese alguma”, a possibilidade de repassar mais recursos para o Fundo de Saúde da PM. Segundo o coronel, naquela ocasião, o orçamento do fundo de saúde da PM já estava 80% executado.

O coronel disse que, durante a reunião, a secretária teria recomendado que a PM reconhecesse a dívida sobre os convênios de saúde. Na prática, essa recomendação significaria manter os convênios, mas sem condições de arcar com os pagamentos aos hospitais e clínicas este ano, deixando a dívida para 2014.

Cordeiro afirma que não concordou com a proposta de Wanderly, porque a medida, segundo ele, poderia resultar em uma punição por improbidade administrativa.

O coronel diz que a “única solução legal” para resolver o assunto é injetar recursos no Fundo de Saúde da PM. Durante a entrevista, o oficial ironizou ao dizer que outra alternativa é que o novo gestor de saúde da corporação determine a continuidade do serviço e responda civil e criminalmente por isso.

 O G1 procurou a Secretaria de Planejamento do DF, o gestor do Fundo Constitucional do DF e o Comando da PM. Até a publicação desta reportagem, apenas a  Polícia Militar havia respondido.

A corporação diz que todos os esclarecimentos acerca do afastamento do ex-chefe do Departamento de Saúde serão apurados em sindicância já instaurada pela Corregedoria.

Sindicância interna
O comandante-geral da PM, Jooziel Freire, disse que a sindicância interna aberta para apurar a conduta do coronel Cordeiro pode levar até três meses para ser concluída.

O coronel Cordeiro afirma que ainda não tomou conhecimento formal dessa investigação, mas que está tranquilo quanto aos resultados dela. Durante a entrevista, o oficial disse que não teme ser afastado da PM. “Eu tenho certeza absoluta do que eu estou fazendo. Eu estou respaldado na lei”, disse Cordeiro.

Fonte: http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2013/12/coronel-assume-decisao-de-suspender-convenios-da-pmdf.html

4 Comentários

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4 Respostas para “Coronel Cordeiro: por que os planos de saúde foram cancelados?

  1. Mário Wilson

    Ola nobre colega Aderivaldo, é claro que a administração pública tem sua falhas e muitas outras coisas que posso elencar aqui em seu Blog e várias outras, contudo é mister falar sobre a incompetência administrativa que a corporação PM tem, eu falo como pesquisador que sou da administração PM desde 2010, onde queriam até me matar nos corredores, e ainda ouvi dizer que “praça é tudo burro” como é a fala de alguns que já vi nos corredores e nas redes sociais dizerem. Mas além de dar porrada na instituição que merece, pois ela não aceita opinião, inclusive até o chefe geral tem mania de impor e não solicitar (eu já vi ele fazer isso não só uma vez), que tem uma diferença enorme.
    Em minhas andanças na administração tem um erro que precisa ser corrigido dentro da Administração Pública da PM, pois ela tem formato organizacional funcional que e é falho e não funciona. Com medo de perca de poder vivem “arrombando” a vida do terceiro e não do primordial a Corporação, geralmente quem sofre as consequências é a tropa ou a comunidade, quando existem estes erros. Falo de cadeira como especialista em gestão pública e elaboração de projetos e captação de recursos, escritor da administração e pesquisador da PM. Com isso esse erro “esdrúxulo” poderia ter sido evitado se houvesse um formato gerencial atualizado e menos impositivo, como ocorre hoje, o tal do “eu mando e cala a boca” enquanto reinar isso na corporação vamos padecer sempre. Historia da carochinha isso de fundo constitucional, Pois a PM devolve pelo menos por ano por volta de 35 milhões aos cofres, todo ano, e eu sei disto porque fui lá na fonte e pesquisei, o que houve realmente foi improbidade, erro administrativo e feio. como já presenciei muitos outros.
    Infelizmente a vida é assim.

    “Manda porque eu quero, obedece porque é forçado”

    Infelizmente o formato organizacional funcional por hierarquia da PMDF é um abismo sem fundo

    Autor do Livro o Brasil em Cana de Alhos e Canália – Corrupção
    Leia o artigo da PMDF escrito por mim e Policial Federal Pehkx (pécs) Jonnes Sistemas de Governo Potencialidades e Dificuldades.

    Mário Wilson

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  2. carlos

    la na policlinica da PMDF,nao vejo nenhum OF pegando autorização para exame ou consulta… por que será????

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  3. carlos

    ??????????????????????????????????????????????????????????

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  4. Honório Alves de Almeida

    A má gestão pública não é só na PMDF é no GDF e em todo o Pais e isso naturalmente reflete na nossa Corporação, o Cel CORDEIRO é um Oficial íntegro e competente e vinha fazendo um brilhante trabalho à frente da DS, ocorre que sem apoio político e financeiro não existe gestor competente.

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