Arquivo do dia: dezembro 17, 2013

PMs recebem ordem para não esperar perícia em locais de crime no DF

Policiais do 21° Batalhão da PM em São Sebastião, a 26 quilômetros do centro de Brasília, receberam ordem para não aguardarem mais a chegada da perícia em locais de crimes cometidos na região. A medida, segundo a PM, não atinge outros batalhões.

Militares de São Sebastião ouvidos pelo G1 dizem que é comum eles terem que aguardar a perícia por até três horas nos locais dos crimes. Um oficial, que não quis se identificar, afirma que já teve que esperar oito horas.

A decisão do 21° Batalhão da PM foi comunicada no fim do mês passado pelo comandante da unidade, tenente-coronel Alexandre Sérgio Vicente Pereira, ao delegado-chefe da 30ª DP de São Sebastião, Érito Cunha.

O tenente-coronel diz que tomou a decisão com base em instruções normativas da própria Polícia Civil e artigos do Código de Processo Penal. No artigo 6°, o código determina que assim que tiver conhecimento dos crimes, a “autoridade policial deverá dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado de conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais”.

O comandante do batalhão alega ainda “escassez de efetivo” para presevação dos locais de crimes e problemas no relacionamento entre PMs e agentes da 30ª DP. Diz que a medida foi tomada considerando o “tratamento dispensado por alguns profissionais” da 30ª DP, que, segundo o tenente-coronel, “não estão alinhados à política de cooperação e integração” adotada pelo comando do batalhão.

Cópia do ofício encaminhado pela PM à 30ª DP, em São Sebastião (Foto: G1 / Reprodução)Cópia do ofício encaminhado pela PM à 30ª DP, em São Sebastião (Foto: G1 / Reprodução)

A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal não se pronunciou sobre o caso. O diretor da Polícia Civil do DF, Jorge Xavier, disse ao G1 que vai analisar a decisão tomada pelo comando do 21° Batalhão. Ele disse que, em tese, o abandono do local do crime por parte de equipes da PM pode resultar num ato de violação administrativa ou mesmo um crime de transgressão.

Em resposta à declaração de Xavier, a PM informou que a ordem do tenente-coronel de São Sebastião está mantida. Disse ainda que “as decisões do Comando Geral da Polícia Militar se pautam na legalidade e na integração existentes entre as instituições que compõem o Sistema de Segurança Pública”.

O oficial do 21° batalhão ouvido pelo G1 diz não temer processo judicial. “Se for dessa forma, o agente e o delegado também vão responder na Justiça, por omissão. A PM sempre fez isso [ficar esperando pela chegada da perícia] por ‘camaradagem’. A Polícia Civil é quem deve preservar o local do crime e ela quem tem que acionar a perícia”, disse o militar.

Para o especialista em segurança pública e comentarista da TV Globo Daniel Lorenz, a falta de integração entre as forças de segurança pode prejudicar a população. “Imagine uma situação de crime onde o autor quer se evadir do local? Quem é que vai manter vítimas e autores no lugar? O que a população quer é que a PM prenda o meliante, o conduza para a delegacia e retorne o mais rapidamente para a rua”, afirma Lorenz.

Termo de cooperação ténica
A Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça (Senasp/MJ) firmou um termo de cooperação técnica com todas as secretarias de segurança pública dos estados e do Distrito Federal que tem como objetivo aprimorar as atividades de perícia criminal no país.

O acordo prevê uma série de obrigações por parte do Governo Federal como doação de equipamentos necessários à realização de perícia nos estados, capacitação de profissionais e repasse de recursos.

As secretarias de segurança pública terão que manter um número de profissionais suficiente para a realização das perícias, encaminhar, anualmente à Senasp, um relatório informando o número de servidores que atuam na área (por cargo, sexo, formação acadêmica e tempo de serviço), informar o orçamento destinado às atividades de perícia criminal (valor previsto, liberado e efetivamente executado), e repassar ao MJ a quantidade de exames de perícia requisitados, concluídos e laudos expedidos.

Fonte: http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2013/12/pms-recebem-ordem-para-nao-esperar-pericia-em-locais-de-crime-no-df.html

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TCDF aponta que 81% dos usuários estão insatisfeitos com plano de saúde da PM

A fiscalização realizada pelos auditores do TCDF (Tribunal de Contas do Distrito Federal) na Polícia Militar do DF revela que a oferta dos serviços de saúde da corporação é incompatível com a demanda e com a capacidade instalada, tanto em quantidade quanto em qualidade. Segundo o relatório prévio aprovado esta semana pelo plenário do TCDF, o índice de insatisfação para o atendimento prestado diretamente pela PMDF é elevado: 81%. Em especialidades como Neurologia e Psiquiatria, esse índice chega a 100%.  

O relatório ressalta que há vínculo obrigatório entre os policiais militares e o Sistema de Saúde da PMDF, com desconto da contribuição dos usuários na folha de pagamento.

Os números apresentados pela corporação mostram que o Sistema de Saúde próprio não segue as diretrizes de atendimento fixadas pela ANS (Agência Nacional de Saúde).   Além da dificuldade de marcação de procedimentos aliada à demora no prazo de atendimento, a auditoria também aponta a existência de favorecimento hierárquico nos atendimentos prestados.

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O documento também mostra que há apenas 35 médicos atuando na área-fim para um universo de 71.820 usuários. Por outro lado, a PMDF adota, como alternativa e complemento ao atendimento próprio, o credenciamento de clínicas, hospitais e laboratórios.

De acordo com a auditoria, no serviço credenciado, a oferta ocorre em função da demanda, mas a Polícia Militar do DF não dispõe de dados gerenciais sobre as solicitações não atendidas, o que dificultou a fiscalização. A avaliação também foi prejudicada pelo atraso na finalização da reforma e ampliação da Policlínica da PMDF, principal estrutura de atendimento da Corporação.

A investigação ainda releva, entre outras coisas, falhas na comunicação com os usuários sobre procedimentos, coberturas e rede credenciada e resistência à adoção de plano de saúde corporativo ou à co-participação em planos escolhidos livremente pelos usuários.

A auditoria foi realizada entre 12 de abril e 4 de outubro de 2013, com o objetivo de verificar a conformidade dos contratos, a efetividade dos controles da PMDF no que se refere aos sistemas de cadastramento de dependentes e de usuários dos serviços de saúde, bem como o funcionamento e a regularidade de eventuais contratações realizadas.

Fonte: http://noticias.r7.com/distrito-federal/tcdf-aponta-que-81-dos-usuarios-estao-insatisfeitos-com-plano-de-saude-da-pm-16122013

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Auditoria feita por tribunal aponta falhas em serviços de saúde da PMDF

Uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) revela que o serviço de saúde prestado aos integrantes da corporação e seus dependentes é reprovado por 81% dos policiais e que 58% das consultas ocorreram num prazo superior aos 14 dias determinados pela Agência Nacional de Saúde (ANS).

G1 entrou em contato com a PMDF, mas não teve retorno até a publicação desta reportagem.

Foram identificados ainda casos de clientes que não conseguem agendar serviços de saúde. De acordo com a auditoria, há apenas 35 médicos para atender 71.820 usuários. Para tentar complementar o quadro de profissionais, a PM credencia clínicas, hospitais e laboratórios, afirma o TCDF.

A fiscalização foi feita entre 12 de abril e 4 de outubro deste ano, e teve como objetivo verificar os sistemas de cadastramento de dependentes e de usuários dos serviços de saúde oferecido pela corporação.

Segundo auditoria do TCDF, o índice de insatisfação com o atendimento prestado pela PM nos serviços de saúde, de 81%, sobe para 100% quando se trata de especialidades como neurologia e psiquiatria.

Outro problema encontrado foi a dificuldade de marcação de procedimentos. A auditoria apontou a existência de “favorecimento hierárquico” nos atendimentos prestados pela PM. “Esses privilégios hierárquicos, em se tratando de serviços de saúde, são indesejáveis por contrariar o princípio da dignidade humana. Nesse sentido, entende-se que as únicas prioridades aceitáveis são as definidas em lei, além daquelas definidas pela técnica médica”, relatou o TCDF.

Outra situação relatada é a falta de “dados gerenciais” por parte da PM, o que impediu o tribunal de saber, por exemplo, a quantidade de solicitações não atendidas de usuários e os motivos para a recusa.

A investigação do tribunal aponta falhas na comunicação com os usuários dos sistemas de saúde da PM. Essas falhas abrangem ausência de informações sobre procedimentos, coberturas e rede credenciada.

O tribunal não detalhou quais medidas a PM deve tomar para resolver os problemas. Informou apenas que são necessários “ajustes na gestão dos gastos com saúde”.

Crise nos convênios de saúde
Os convênios médicos dos policiais militares do DF foram suspensos no dia 26 de novembro deste ano, pelo Departamento de Saúde da PM. O setor alegou na época falta de verba. A suspensão dos serviços gerou uma crise no alto comando da corporação e resultou na exoneração do então comandante-geral da PM, Jooziel Freire.

Freire disse que não havia sido comunicado da suspensão pelo gestor do fundo de saúde da PM. O responsável pelo setor por sua vez garantiu que o ex-comandante vinha sendo alertado sobre o risco de suspensão dos convênios, por falta de verba, desde junho deste ano.

O novo comandante da PM, Anderson Carlos de Castro Moura, foi anunciado pelo governador Agnelo Queiroz (PT) no dia 4 de dezembro de 2013.

Fonte: http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2013/12/auditoria-feita-por-tribunal-aponta-falhas-em-servicos-de-saude-da-pmdf.html

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