Minhas aventuras no 3º BPM na virada do milênio

Momentos de insônia são oportunidades para lembrar do passado. Agora são 02:38 da manhã e Davi não me deixa dormir, está incomodado com alguma coisa. Como ele dorme e acorda e Sophia não para de mexer na cama, resolvi escrever. Meu cérebro está a mil.

Voltei lá no início do ano dois mil. Parecia que eu estava de volta ao 3° BPM. Lembrei de vários amigos que lá fiz. Me vi na sala da 2° Cia, onde fui escaldante por um tempo, antes de um período no POG e uma passagem pela Vara da infância e da juventude.

Lembrei como se fosse hoje dos PO’s que tirei com a SD Vanusa Venancio Bento e com a SD Viviane. Como era divertido ficar no semáforo orientando as pessoas, sim, nós tornavamos o serviço em uma pequena quadra comercial do divertida.

Veio a minha mente os PO’s na 712 Norte, alguns deles com o SD Adriano R. Ferreira. Uma vez pegamos um professor fumando maconha e o Ferreira didaticamente pagou “aquele sapo” para ele.

Outra vez o serviço foi com o SD Adriano Rosa, amigo de pelotão. Eu era conhecido como “Adevibraldo”, porque vibrava muito, sempre usava colete e gostava de pegar o rádio (algo raro naquela época). Neste dia me convenceram a não usar o colete (uma das poucas vezes que não usei) e não levar o rádio. Passado algumas horas de PO, vi uma moto em frente ao restaurante Carne de Sol da 712 Norte, com dois indivíduos, entrando na contramão. Peguei o apito e sinalizei para que parassem. O cara de trás arrastou um 38, o Adriano me puxou, me abrigou, os caras vazaram na quadra e nós “correndo” atrás da moto.

Andando mais a frente, fomos acionados por populares, pois tinha tido um homicídio em frente às Ferragens Ximenes. Os mesmos indivíduos, haviam atirado e matado, poucos antes de nos encontrar, uma mulher. Depois ficamos sabendo que era Esposa de um coronel do exército e que acima do Detran, por trás do autódromo os indivíduos haviam sido presos. Haviam duas munições picotadas, sempre acreditei que uma delas era pra mim e que o Adriano Rosa me salvou.

Lembrei do CB Ivanildo Rocha, do SD Vinicius, do SD Gildesio, da Soldado Karina, ambos falecidos e que trabalhamos juntos. Ela já foi da minha segunda passagem por lá. Um pouco mais recente, entre 2006 e 2008.

Veio a minha mente o CB Iratonio Pereira, que recentemente foi para a reserva e deixo aqui minha homenagem.

Lembrei de uma história engraçada com o SGT Oscar Urias Luiz. Fui escalado para o Cerimonial. Ele me chama no rádio e pergunta: “Como recebe”, eu inocentemente respondo: “bem, por que sargento?” 🤣🤣🤣. Depois lembro do desespero para apoia-lo quando manifestantes cercaram a guarnição dele em frente à CAEsB, em manifestação.

Veio a minha mente os adjuntos, dentre eles o SGT Evaldo e o SGT Arlei Oliveira Do Nascimento. Como o então sargento Arlei era gente boa comigo e me inspirava pelo seu jeito educado e prestativo. Sempre pronto a tirar as dúvidas de um recruta curioso. Lembro que de tanto ser voluntário para coisa ruim, um dia ele me arrumou uma boca Boa na Vara da infância. Que não durou muito tempo, pois um menor tentou se matar justo em minhas mãos se jogando em um vidro na saída da sala da promotora. Nesse dia estava eu e o amigo SD Albernaz, que desespero. Meu braço todo sangrando e o povo preocupado somente com o menor infrator.

Minha aventura no PO acabou depois que o Adriano Ferreira foi pra viatura e eu fiquei sem parceiro. Ainda trabalhei alguns dias sozinho no PO da 712 (Era um horário especial de 11 às 17h para poder estudar e eu não queria perder) Até o dia que uns vagabundos me cercaram em um beco pra tentar tomar minha arma. Quase deu merda. Lembro que pedi prioridade, mandei os pebas, cheira cola deitar, e o apoio não me achava. No final deu tudo certo, mas para evitar problemas fui transferido para o expediente e virei escalante junto com o SD William. Aprendi muito com ele.

Com a mudança do comando da companhia fui designado pelo então CAP Alexandre José para trabalhar com ele no P1. Aí foi a época de maior aprendizado na minha vida. Nessa época tínhamos mais de 890 policiais no Batalhão. Quase tudo era manual. Na companhia controlava todo o efetivo (quase 200 homens) em um livro de campanha, tudo manual, somente a escala era feita no computador.

Já no P1 fazíamos escalas, mapa força, lembro que eu controlava todos os ofícios de audiência de policiais, uma infinidade, alem de fazer requerimentos, controle de ferias, e varias outras atividades. O que melhorou a nossa vida foi o SD Uziel Fernandes começou a fazer várias planilhas de Excel para nos ajudar.

Outra situação que me marcou muito foi o período que o presidente do Paraguay, General Lino Oviedo, ficou preso no quartel. Muitas das vezes ajudavamos nas visitas e pra acompanhar seu banho de sol.

Por último uma situação marcante foi a rebelião da papuda, na primeira vinda do Marcola pro DF. O SD Adauto Crispim me convenceu a me voluntariar. Descemos para a Papuda, a situacao evoluiu. Lembro que o Coronel Ellen era o Comandante do CP esteve lá conosco. Estava chovendo, pedimos um lanche em SÃO Sebastião, descemos de madrugada para fazer o cerco. Lembro que o Tenente Cathala era o comandante. Terminamos a missão e retornamos no meio do expediente do outro dia. O expediente era de 9 às 17h, mas no 3° BPM não terminava antes das 20h. Só podíamos sair depois do toque de ordem.

Quantas histórias! Quantas lembranças boas! Passaria a madrugada falando dos amigos da Guarda, do SD M. Costa, Gama, Arli Pereira, do CB Borracha, do nosso futebol, dos churrascos! Quanta gratidão por tudo isso!

#tbt #euaderi #vidadepm

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