Ontem fui convidado a dar minha opinião, enquanto consultor de segurança, para o Portal Metrópoles, o maior do Distrito Federal, na reportagem: Vídeos revelam sexo explícito à luz do dia no Parque da Cidade. A matéria trata sobre o sexo constante, em especial entre homens, para quem quiser ver, no Parque da Cidade.
Por incrível que pareça, o que mais me impressionou, não foi os casos de sexo explícito no Parque. Até mesmo porque, nós que trabalhos no local, conhecemos de perto essa triste realidade. O que mais me impressionou foi a resposta do Administrador do Parque, eximindo-se da responsabilidade jogando-a toda para a forças de segurança pública:
Questionado pelo Metrópoles sobre a recorrência da prática sexual nos estacionamentos do Parque da Cidade, o administrador do local, Alexandro Ribeiro, disse que essa é uma questão ligada à segurança pública. Mesmo sabendo que o fenômeno é recorrente, o gestor lavou as mãos e não apresentou nenhum plano para coibir a prática criminosa.
Administrador do segundo maior parque urbano do mundo, Alexandro atribuiu a responsabilidade aos órgãos de segurança. “O Parque, enquanto espaço público, recebe o apoio das forças de segurança para monitorar a área”, disse o gestor.
A segurança pública é um direito e responsabilidade de todos, ainda mais dos gestores públicos. Não podemos esquecer que grande parte da Segurança do Parque da Cidade é de responsabilidade da Vigilância privada, que nestes casos deve chamar a Polícia para que ela atue.
Gostei da matéria e aceitei o convite para dar minha opinião porque sou usuário do Parque. Recentemente levei minha filha no Parque Ana Lídia e no Castelinho e vi o descaso com a Coisa Pública. Grande parte do problema é o abandono do Parque. A sensação de abandono tende a aumentar o abandono.
É preciso falar em ocupação de espaços públicos visando a redução da criminalidade, assim como foi feito no Setor Comercial. É importante uma gestão compartilhada do Parque. Como seria isso? A população mais próxima e usuários do Parque passam a contribuir na definição das atividades a serem desenvolvidas no local. O Parque é muito grande e é perceptível que as atividades se concentram sempre nos mesmos lugares. Estamos falando de pertencimento por meio da participação popular. É hora da população de bem ocupar a área, não dando espaço para a bagunça.