Arquivo do dia: julho 5, 2016

É melhor agir como cristão do que como policial, assim vencemos a síndrome da inutilidade

Hoje ao chegar no Posto Policial da Estrutural, por volta de seis e meia da manhã, havia uma senhora e sua filha chorando, vítima de violência doméstica. Duas viaturas levaram o esposo agressor para a Delegacia da Mulher e ele foi preso em flagrante.

Algumas horas depois apareceu uma jovem com vinte anos de idade, descalço, suja, com sintomas de ter feito uso de drogas, chorando, desesperada, aparentemente em um “surto” por ter feito uso de crack e com forte cheiro de maconha, alegando que o companheiro havia agredido ela com uma “paulada” na cabeça. Não localizamos o agressor, mas levamos a jovem para o posto de saúde e posteriormente para uma psicóloga da Vila Olímpica.

O SAMU foi chamado, a jovem medicada e encaminhada para um Centro de Apoio Social para usuários de drogas. Nós policiais temos que aprender a lidar com tudo. Em ambos os casos atuamos como psicólogos, policiais, psiquiatras, médicos, enfermeiros e agentes sociais. Tive uma longa conversa com a jovem para saber sua história de vida. Também conversei bastante com o agressor das primeiras vítimas. Em ambos os casos percebemos a degradação das famílias e como as drogas potencializam a destruição das pessoas!

Nos dois casos procuramos agir mais como “Cristãos” do que como policiais. Quando olhamos por este lado perdemos um pouco a sensação produzida pela “síndrome da inutilidade”, aquela que nos traz a visão de que “enxugamos gelo”.

DEUS__~1

‪#‎vidadePM‬ ‪#‎EuAderiaocristianismo‬ ‪#‎EuAderiasolidariedade‬

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Arquivado em Reflexão

O objetivo da segurança pública é melhorar a qualidade de vida da população

Quando falamos em Policiamento Comunitário no mundo é consenso entre os doutrinadores que trata-se de uma “filosofia” e uma “estratégia organizacional” onde a população e a polícia, em conjunto  buscam identificar, priorizar e resolver os problemas contemporâneos que envolvem crime e criminosos, além das “incivilidades” que muitas vezes não configuram crime, mas que trazem vários transtornos para as comunidades locais.

Resumo do Policiamento Inteligente

Durante minha estadia na Assessoria Especial da Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social do DF,  percebi que uma das grandes dificuldades nesta “estratégia organizacional” é a “priorização” dos crimes, fora a dificuldade de alocação do policiamento nas áreas “quentes” verificadas após a construção das manchas criminais. A quebra de braços entre os órgãos governamentais impede que as políticas públicas avancem, além é claro, da falta de autonomia na secretarias.

Já discutimos aqui que secretário de segurança não manda, nunca mandou e nunca mandará nas polícias. Nosso modelo de gestão da segurança pública, no Brasil como um todo, é fictício, puro “teatro político”, ou seja, uns fingem que mandam e outros fingem que estão obedecendo. No final, quem paga o preço da incompetência estatal é a sociedade.

A participação das comunidades é meramente figurativa nos Conselhos Comunitários de Segurança, muitas vezes utilizados apenas como palanques políticos, em tempos de eleição, como já ocorreu, os conselheiros neste período não passam de “cabos eleitorais” de figuras ligadas a segurança pública.

Voltemos ao policiamento comunitário, poucos compreendem a importância desta estratégia progressista de interação com a comunidade, já que as polícias sempre se viram como no passado, ou seja, como seres acima dos “pobres paisanos” ou simplesmente “meros mortais”.

Falar em policiamento comunitário é falar em identificação, priorização e resolução de problemas voltados para os diversos crimes, uso de drogas, medo do crime (fato que as polícias até hoje não se atentam), desordens físicas e morais (incivilidades) e a própria decadência do local, lembram-se da Teoria das janelas quebradas? Aquela em que “a sensação de abandono tende a aumentar o abandono”.

Precisamos compreender que o objetivo do policiamento comunitário é “melhorar a qualidade de vida da população”. Todas as vezes que ouço falar em “qualidade de vida” vem a minha mente a Pirâmide de Maslow. Os gestores precisam compreender como cada estratégia deve se adequar as necessidades primárias e secundarias desta Pirâmide. Compreendendo onde a maioria dos moradores encontram-se nela facilita pensar em que tipo de ações podem ser introduzidas em determinado terreno.

maslow

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