As recorrentes falhas nas armas utilizadas por policiais militares e civis do Distrito Federal estão na mira do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT). O órgão instaurou inquérito civil para investigar a Forja Taurus, empresa responsável por fornecer armamento para a área de segurança pública. Cerca de 34 policiais ficaram gravemente feridos após vários modelos de pistolas dispararem sem o acionamento do gatilho, alguns no Distrito Federal.
Além de colocar a vida dos agentes em risco, os problemas estão deixando sequelas físicas e psicológicas nos policiais. As denúncias foram publicadas com exclusividade pelo Metrópoles. A Taurus lidera o mercado no país, uma vez que as polícias só podem efetuar compras de empresas estrangeiras se não houver modelo semelhante produzido nacionalmente.
“Chegou ao conhecimento do Ministério Público informações sobre possíveis vícios na fabricação de pistolas pela empresa Forja Taurus S.A.”, destaca a Portaria 583, de 13 de junho de 2016, do MPDFT. O documento ressalta que “a efetiva reparação e a prevenção de dano são direitos básicos dos consumidores”.
O Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF) também já apresentou denúncias nas esferas policiais e jurídicas alertando sobre as falhas. Uma audiência pública será realizada no Congresso Nacional, no mês que vem, para debater o monopólio da Taurus no país.
Na última semana, um policial militar do DF gravou vídeo denunciando um problema no gatilho da pistola PT 24/7. Confira abaixo:
Especialistas do Instituto de Criminalística da Polícia Civil do DF fizeram uma análise inédita este ano. O laudo concluído em março e publicado peloMetrópoles revelou que, durante um teste por amostragem, de 25 pistolas .40, dez apresentaram falhas de segurança e dispararam ao cair no chão.
As armas usadas pertencem à Polícia Civil e não apresentavam qualquer defeito aparente. Durante os testes, as pistolas foram jogadas em piso de concreto e de borracha, em cinco posições diferentes. A solicitação para a avaliação do armamento foi urgente e partiu da Divisão de Controle de Armas e Explosivos (Dame) da corporação.

Um outro laudo está em análise pela corporação. O assunto saiu da esfera regional depois que policiais do Rio de Janeiro também denunciaram os problemas enfrentados pelas armas, colocando a vida deles em risco.
Uma denúncia que trata da aquisição das armas com defeito foi aberta em 2015 no Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). O caso segue em análise pelo promotor Marcelo Tannus Filho.
O órgão também apura a denúncia de vítimas da Taurus em todo o Brasil, que pedem a retirada do mercado dos produtos defeituosos. O processo está no Núcleo de Defesa do Consumidor.
Fonte: Site Metrópoles