Arquivo do dia: novembro 25, 2015

As ações policiais precisam ser mais efetivas, eficazes e eficientes

Ao olhar os dados da Secretaria de Segurança Pública apresentados no último mês, em especial a produtividade da PMDF é perceptível que os policiais militares trabalham muito. O Foco da Corporação é a “operacionalidade” e a “reatividade”, mas a população está satisfeita com tal resultado? O cliente não tem sempre razão? E a “prevenção”?

image2

Durante o ano de 2015 o discurso da “teoria” versus a “prática” ganhou força ao ser nomeado um sociólogo para a secretaria de segurança pública do DF. A pergunta que faço é: está correta tal dicotomia? O correto não seria discutir “gestão” versus “operacionalidade”? Ou até mesmo “reatividade” versus “prevenção”? Minha dúvida surgiu após várias conversas com o ex-secretário Arthur Trindade, enquanto fui seu assessor especial de gabinete.

Não faltam recursos, a prova disso são os recursos empregados no último mês:

  • 2.190 policiais militares por dia foram empregados no atendimento emergencial do 190. (Fato que fortalece o modelo reativo e enfraquece o modelo “preventivo”);

  • 706 policiais militares por dia foram empregados em “diversas” atividades e operações; (Qual o foco?)

  • 897 viaturas foram empregadas por dia nos turnos de serviço. (Quais os resultados geraram? Quais os gastos?)

O emprego dos recursos demonstra um foco da corporação no “modelo reativo” e pouco foco no “modelo preventivo”, possivelmente por isso ações de policiamento comunitário são rejeitadas pela Corporação. O que é péssimo para a população e para o governo.

7abr2015---no-ato-organizado-por-cut-central-unica-dos-trabalhadores-une-uniao-nacional-dos-estudantes-e-mst-movimento-dos-trabalhadores-rurais-sem-terra-nesta-terca-feira-7-em-varias-capitais-1428432878938_956x500

O fato de termos “diversas” operações e “atividades” demonstram a necessidade de um foco e os desvios de emprego do efetivo durante a atividade diária demonstram que o papel da polícia ainda precisa melhor definido. Afinal, segurança pública se faz com a redução de espaços onde atua o criminoso. A dúvida é: tais espaços precisam ser reduzidos antes ou após o cometimento do crime?

Durante uma pesquisa realizada por mim sobre policiamento comunitário perguntei aos entrevistados o que vinha a mente deles quando lembravam de uma “viatura policial” as respostas se repetiram no sentido de que “lembravam-se de um “carro” com dois ou três “indivíduos” com o “braço para fora” “sumindo ao longe”, o que demonstra o distanciamento que a viatura traz. Falar em viaturas e aproximação entre a polícia e a comunidade e antagônico, quando se foca apenas nisso.  Quando se tem 897 viaturas espalhadas sem foco, rodando feito “baratas tontas” reativamente, após o crime já ter ocorrido, a única certeza que temos é do aumento do consumo de gasolina e de gastos com as viaturas.

PM VIATURA PAJERO

Quando analisamos os procedimentos adotados pela Corporação, outro diagnóstico pode ser feito. É possível claramente definir qual é a prioridade dos policiais, inclusive saber se estão focando em drogas, patrimônio ou na proteção da vida. Fica fácil definirmos que polícia nós temos, para quem sabe começarmos a pensar sobre que polícia nós queremos! As ações policiais precisam ser mais efetivas, eficazes e eficientes.  A aproximação entre a polícia e as comunidades é uma necessidade.

2 Comentários

Arquivado em policiamento inteligente, reestruturação das polícias

Projetos de interesses de policiais militares do DF foram discutidos

Ontem estivemos presente a Audiência pública proposta pelo Deputado Federal (PMDB-DF) Rôney Nemer para discutir projetos, de interesse da PMDF, que está sob sua relatoria. Encontra-se para seu crivo a elaboração de pareceres a quatro Projetos de Lei, quais sejam, PL Nº 632/2015; 712/2015; 1.626/2015; 1.647/2105 que tratam sob os temas:

12305390_1109826442360698_1920798534_n

O primeiro projeto de lei sob parecer altera a Lei nº 7.289, de 18 de dezembro de 1984, que dispõe sobre o Estatuto dos Policiais-Militares da Polícia Militar do Distrito Federal e dá outras providências, e a Lei nº 7.479, de 2 de junho de 1986, que aprova o Estatuto dos Bombeiros-Militares do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, e dá outras providências, para alterar o tempo de serviço prestado pelos militares femininos do Distrito Federal necessário para a transferência para a reserva remunerada, de trinta para vinte e cinco anos.

O segundo projeto sob exame pretende alterar as Leis nº 7.289, de 1984, e nº 7.479, de 1986, para permitir que a licença para tratar de interesse particular seja concedida aos Policiais Militares e aos Bombeiros Militares do Distrito Federal com mais de três anos de efetivo exercício, especificamente para frequência em curso de formação decorrente da aprovação em concurso público. De acordo com os atuais estatutos dessas corporações, aprovados pelas leis citadas, a licença só pode ser deferida ao Policial Militar ou Bombeiro Militar do Distrito Federal que contar mais de dez anos de efetivo serviço.

 O terceiro projeto em apreciação projeto de lei destinado a alterar o caput do art. 24 da Lei nº 10.486, de 04 de julho de 2002, com o intuito de permitir que os militares abrangidos pela referida lei, integrantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, percebam, quando reformados, o soldo integral do posto ou graduação imediatamente superiores àquele em que ocorreu a reforma, se presentes as condições discriminadas no dispositivo. Na legislação em vigor, é atribuído a esses policiais o soldo do posto ou da graduação que ocupam.

O quarto e último Projeto de Lei em análise o autor alega que os estatutos revogados pela legislação vigente, que disciplinavam em fontes normativas distintas a situação de bombeiros e de policiais militares, contemplavam a garantia que pretende ver reintroduzida no ordenamento jurídico. De acordo com o signatário do projeto, “o policial militar e o bombeiro militar estão no dia-a-dia sujeitos a acidentes em serviço de forma que podem ter a carreira interrompida (…) na defesa da sociedade, quando poderiam galgar postos e receber maiores remunerações caso prosseguissem na atividade”.

Para maior segurança e convencimento de que os temas realmente suprem os desejos que almejam a categoria é que ele propôs o debate com representantes da categoria e representantes de classe interessadas. Estiveram presentes na Audiência pública representantes da Secretaria de Segurança Pública, da Casa Militar, do Comando da PM e BM, além de associações, sendo a única associação presente a FONAP. A ASPRA e a ASOF não mandaram representantes. Todos foram unânimes em afirmar a importância dos projetos.

12278296_1109826465694029_627500545_n

Deixe um comentário

Arquivado em polícia militar