Maior aposta do governador Rodrigo Rollemberg para reduzir a criminalidade no Distrito Federal, o programa Pacto pela Vida começa a tomar corpo. Há duas semanas à frente da Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social, Arthur Trindade já anunciou as primeiras medidas do projeto importado de Pernambuco (PE). A criação, nos últimos dias, de uma subsecretaria para melhorar a análise das ocorrências é vista pela equipe do governo como fundamental na elaboração das estratégias policiais.
Outra questão central na construção do Pacto pela Vida passa por uma agenda positiva de encontros mensais com a comunidade escolar, administradores regionais, conselheiros comunitários e outros importantes tomadores de decisões da sociedade. Tudo com a participação direta do governador. “O Pacto pela Vida deu certo em Pernambuco e em Minas Gerais porque os governadores assumiram o protagonismo, acompanhando de perto e participando de todas as decisões. Aqui não será diferente”, afirma Arthur Trindade.
O titular da pasta pretende, ainda, dialogar com as prefeituras do Entorno do DF para que elas auxiliem na execução de programas de combate à violência. Os 20 municípios goianos vizinhos à capital do País são constantemente usados como bases por organizações criminosas atuantes no DF.
Entenda mais sobre o Pacto pela Vida na entrevista com Arthur Trindade, secretário da Segurança Pública e da Paz Social:
O senhor sempre foi um dos maiores críticos à ingerência política nas escolhas dos comandantes da Polícia Militar e dos diretores da Polícia Civil. A escolha do coronel César e do delegado Eric Seba, técnicos por natureza, pode ser considerada a primeira medida para fazer funcionar o Pacto pela Vida?
O não loteamento político da área de segurança pública é a condição necessária para o funcionamento do Pacto pela Vida. O governador tomou a corajosa decisão de não passar as escolhas desses cargos pelo crivo de partidos, um grande passo para melhorar a gestão da área.
Qual a estratégia para fazer, de fato, o policiamento comunitário funcionar?
A insegurança é algo que tem alterado a rotina das pessoas; portanto, criar o componente de aproximação do policial com a comunidade é essencial. Se o policial cria a rotina de visitar casas para saber se está tudo bem, a construção do vínculo começa de forma positiva. A população precisa saber que pode contar com a polícia não só quando ocorre um roubo ou homicídio, mas também quando precisar de auxílio para resolver pequenos incômodos.
Fazer o Pacto pela Vida funcionar exige articulação entre os governos do DF e de Goiás para resolver os problemas do Entorno. Quais medidas serão tomadas em relação à região?
Primeiramente, é preciso deixar claro que o Entorno não é um problema, mas, sim, uma solução para o desenvolvimento econômico do DF. É um grande mercado consumidor e abriga uma classe média enorme. No campo da segurança, queremos intensificar as operações com a polícia goiana, além de estreitar parcerias com prefeituras dessas cidades, pois elas podem ser muito eficientes na execução de programas de combate à violência.
O mentor do Pacto pela Vida em Pernambuco é o também sociólogo e professor universitário José Luiz Ratton. O senhor pretende consultá-lo?
Ratton é um grande amigo, colega de pesquisa e até escrevemos um livro. Certamente o consultarei, pois é um estudioso com muita experiência acumulada. Também pretendo consultar o presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio Lima, e todos os policiais e pesquisadores que queiram contribuir. Há uma profunda transformação no campo da segurança pública e temos a sorte de ter vários gestores operacionais na área.
Amigo Aderivaldo, que bom que começou a funcionar, tomara que ele esse corpo “cresça e apareça”, Comparando os eixos dos planos, não vir nenhum comentário a respeito dos operadores de segurança (PMDF, CBDF, PCDF e outros) aqui do DF; Haverá reuniões com diversos seguimentos da sociedade, e com quem esta na ponta, haverá? E não estou falando do lado financeiro, estou falando em explicar o referido plano para a base, para que tenhamos compreensão das nossas responsabilidades, sim, porque todos sabemos que a base é de extrema importância na execução e consequentemente no sucesso de qualquer plano (pois, se uma parte deixa de executar o que tem que fazer o corpo falece). Uma das grandes dificuldades (e olha que tem muitas) da implantação da polícia comunitária é a falta de autonomia do policial da ponta; A não compreensão dos gestores em endente que liderança, autonomia e participação no contexto de segurança pública em cada área, não anula hierarquia e disciplina, muito pelo contrario agregam valores. Fico preocupado quando li “Responsabilização de comandantes e delgados sobre o desempenho das unidades” soa como um “arrocho” para a base, e com isso pressão, quem sabe até a volta do RQQ. Espero que os gestores que foram indicados para cada AISP e batalhões estejam dispostos a fazerem uma gestão compartilhada (dividindo responsabilidades) com seus efetivos e comunidade e não somente integrada (participar por participar). Temos mais uma vez a chance de darmos uma maior e melhor efetividade em Segurança Pública para os operadores da mesma e principalmente para a sociedade.
CurtirCurtir
Em breve poderei responder tais perguntas meu amigo. Não dialogar com a base é fazer o que o Arruda fez com os postos. É fracasso certo.
CurtirCurtir