Arquivo do dia: novembro 13, 2014

Operações da Polícia Civil tentam dar uma resposta a sociedade

Nos últimos dias a Polícia Civil do DF tem procurado dar uma resposta a sociedade por meio de várias operações. Recentemente falamos sobre o aumento da criminalidade no DF e sobre o roubo de veículos e possível atuação do crime organizado no esquema de falsificação e adulteração de documentos. De ontem para hoje três operações foram deflagradas: a operação “Kraken”, a operação “Porto Rico” e uma operação contra a Pirataria na Feira dos Importados.

Uma quadrilha especializada em roubo de carros foi desarticulada no dia de ontem. A Operação Kraken, da Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos (DRFV) cumpriu 22 mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão em várias cidades, como Samambaia, Santa Maria, São Sebastião e Regiões do Entorno. Pelo menos 19 pessoas foram presas e três armas foram apreendidas. O grupo é considerado um dos maiores desse tipo de crime na capital federal.

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Segundo o Jornal Correio Braziliense: “A operação recebe o nome Kraken em referência a uma espécie gigante de lula que ameaçava os navios, segundo o folclore nórdico. A criatura marinha, temida por supostamente destruir navios que poluíam o mar e piratas, tinha mais de cem tentáculos. A polícia relaciona o animal mitológico com as várias células da quadrilha organizada.”

Já operação Porto Rico, coordenada pela Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos (DRF), prendeu seis integrantes de uma quadrilha no dia de hoje. O sexteto é especializado em roubos e furtos a bancos.

Segundo a polícia, os envolvidos utilizavam maçarico e feixe de molas de caminhão para arrombar os cofres. Eles acabaram presos em diversos estados – não informados pela PCDF – e no Distrito Federal.

Aderivaldo Cardoso é Especialista em Segurança Pública e Cidadania, formado pelo Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília (UNB).

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Os índices de criminalidade aumentam e de prisões se mantêm estáveis

Os jornais de hoje divulgam que “os crimes aumentam e prisões se mantêm”. Nos primeiros dez meses deste ano, 19.667 criminosos foram presos pela polícia militar e pela polícia civil no DF. Se formos olhar a produtividade é como se tivéssemos uma média de três bandidos detidos por hora. Não é por acaso que as delegacias vivem lotadas diariamente.

No mesmo período do ano passado ocorreram 19.627 detenções, segundo levantamento feito pela Secretaria de Segurança Pública. No comparativo deste ano com o ano anterior, houve 40 prisões a mais. É curioso ver a proximidade dos números. Aumento de prisões representa melhoria ou piora da segurança neste período? Uma reflexão que devemos fazer.

É interessante observar que enquanto as prisões se mantiveram quase nos mesmos números os índices de criminalidade aumentaram significativamente. Houve um aumento de 29,8% nos diversos tipos de crime no primeiro semestre deste ano. Conforme já postamos aqui em textos anteriores os números são preocupantes.

As autuações em flagrante alcançaram o quantitativo de 12.146 até outubro deste ano. É importante ressaltar que ninguém será preso senão em flagrante delito ou mediante ordem judicial. Normalmente aí está a dificuldade de manterem-se os criminosos presos. É muito difícil a polícia chegar no momento exato do cometimento do crime, por isso as ações preventivas tornam-se cada vez mais importantes!

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Aderivaldo Cardoso é Especialista em Segurança Pública e Cidadania, formado pelo Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília (UNB). Coordenador do Movimento Policiamento Inteligente no Brasil: Busca a eficiência, eficácia e efetividade das ações policiais tendo como base os anseios da comunidade.

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A Polícia Militar do DF precisa de uma “repaginação”

Com o aumento da criminalidade no DF algumas perguntas surgem em minha mente. Recentemente conversando com alguns coronéis e com alguns especialistas em segurança pública discutimos a necessidade de uma “repaginação” da Polícia Militar do DF. O crime é algo dinâmico e está se organizando a cada dia. A polícia precisa se adaptar aos novos tempos. A sociedade mudou, a cidade mudou, mas a polícia continua a mesma em alguns aspectos. Segundo dados da Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP), o Distrito Federal contava em 2003, com um efetivo de 28.285 policiais para realizar a segurança de aproximadamente 2.2 milhões de habitantes. Desse efetivo 5.032 eram policiais civis, 16.006 eram policiais militares, 6.600 eram bombeiros militares e 627 pertenciam aos quadros da polícia técnica. Atualmente o efetivo da Polícia Militar não ultrapassa 15. 100 homens e mulheres. Onze anos depois a população aumentou e o efetivo diminuiu por incompetência administrativa dos governantes que passaram pelo comando da capital nos últimos 11 anos.

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As inovações em segurança pública têm esbarrado em obstáculos institucionais e na cultura organizacional. Por vezes são as limitações e os conflitos de competência que dificultam a implantação de novas políticas. Noutras ocasiões, são as estruturas internas das instituições de segurança pública e justiça criminal que dificultam a inovação. O governo Rollemberg terá que fazer um “choque de gestão” para romper com tais resistências. O primeiro passo é uma “reorganização” da Secretaria de Segurança Pública e posteriormente dos órgãos de segurança da cidade. A cultura permeada por desconfianças e preconceitos tem dificultado bastante a implantação de novas políticas públicas de segurança.

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Para a implementação do Plano Distrital de Segurança e do Pacto pela Vida no DF algumas modificações precisam ser feitas. Deixo alguns questionamentos para nossa reflexão, dentro do conceito de que segurança pública se faz com a redução dos espaços de atuação dos criminosos:

1) As áreas dos batalhões existentes atualmente são ideiais para a proteção das comunidades?

2) Quantas cidades existem no DF, quantos batalhões existem e quantas cidades não possuem batalhões? 

3) O efetivo nas cidades suficiente?

4) As operações que existem hoje são as adequadas? E as escalas de serviço?

5) Existe alguma forma de melhorar as escalas de serviço e ao mesmo tempo de colocar mais policiais nas ruas?

 Aderivaldo Cardoso é Especialista em Segurança Pública e Cidadania, formado pelo Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília (UNB). Coordenador do Movimento Policiamento Inteligente no Brasil: Busca a eficiência, eficácia e efetividade das ações policiais tendo como base os anseios da comunidade.

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