Arquivo do dia: novembro 1, 2014

O limitarismo, a visão cartesiana e a visão sistêmica da segurança pública

Há quase oito anos venho desenvolvendo a tese do policiamento inteligente. A defini como a busca da eficiência, eficácia e efetividade das ações policiais. Dividi a “busca” pelo policiamento inteligente em três fases: ideológica, metodológica e as ações propriamente ditas. A fase ideológica se divide em: quebra de preconceitos por meio de novos conceitos que geram uma mudança cultural ou uma mudança de comportamento dentro do sistema, o que chamo de quebra de paradigma dentro do sistema de segurança ou simplesmente “desmilitarização cultural”.

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A segunda fase eu divido em mais três fases: planejamento – o que fazer e como fazer, mobilização: interna e externa e o planejamento orientado para o problema que resultará no “policiamento orientado para o problema.

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Na última fase teremos as ações individuais, onde iremos perguntar o que cada indivíduo pode fazer para melhorar o sistema e as ações coletivas, onde perguntamos o que nós, grupos organizados, governo, polícia e outros entes e instituições podemos fazer para melhorar o sistema. Sempre visando a aproximação entre a polícia e a comunidade e a melhoria na prestação do serviço. Acredito que aproximar a polícia da comunidade também é garantir segurança pública.

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Durante muito tempo percebi que dentro das corporações policiais eu não conseguia me fazer entender para a maioria. Somente alguns compreendiam a visão que eu tenho. Percebi que nossa formação militar, principalmente da praça é limitadora na maneira de pensar. Somos formados dentro da visão cartesiana. Não é atoa que dividimos tudo em quadrante. Além disso, ainda somos formados dentro da limitação da escola positivista e limitados pela formação “limitarista”.

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Minha visão é sistêmica, até pela minha formação acadêmica, passei pela Arquivologia, Administração, Ciência Política, Antropologia, Sociologia, Psicologia, Direito, dentre outras áreas de interesse. Sou jusnaturalista por convicção. Não é fácil ser compreendido dentro de uma visão “limitarista”. Normalmente estou falando as mesmas coisas que a maioria, mas como optei em manter meu linguajar técnico e não fazer xingamentos ou falar o que o povo quer ouvir, mas sim o que ele precisa ouvir, muitas vezes sou incompreendido. A maioria não percebe que esta tudo interligado, que falo sobre tudo que eles também discutem, as vezes de maneira mais aprofundada , infelizmente, alguns somente compreendem quando se individualiza os assuntos.

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É hora de compreendermos que: “Para os cartesianos, a mente está totalmente separada do corpo físico. A sensação e percepção da realidade são pensados como fontes de mentiras e ilusões”. “O pensamento sistêmico não nega a racionalidade científica, mas acredita que ela não oferece parâmetros suficientes para o desenvolvimento humano, e por isso deve ser desenvolvida conjuntamente com a subjetividade das artes e das diversas tradições espirituais. É visto como componente do paradigma emergente, que tem como representantes cientistas, pesquisadores, filósofos e intelectuais de vários campos. Por definição, aliás, o pensamento sistêmico inclui a interdisciplinaridade.

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*No livro policiamento inteligente, definimos “limitarismo” como “limitador de potenciais dentro do militarismo”.

Por: Aderivaldo Cardoso.

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Grêmio de policiamento inteligente e análise criminal

Segurança pública se faz com a redução dos espaços de atuação dos criminosos. Isso só é possível se pensarmos na busca da eficiência, eficácia e efetividade das ações policiais. A análise criminal é o primeiro passo para atingirmos a fase do “policiamento orientado para o problema”.  O que considero a última fase do que chamo de policiamento inteligente. Após oito anos estudando o tema e escrevendo sobre ele fico feliz ao ver os frutos do debate. Nos últimos anos vi uma grande evolução de nossas corporações.

No Distrito Federal, no próximo ano, nosso grande desafio será cobrar a criação do INSTITUTO POLICIAMENTO INTELIGENTE, ou simplesmente do Instituto de Segurança Pública. Um instituto independente da secretaria de segurança pública voltado para o fortalecimento da análise criminal. Ele terá como objetivo produzir informações para subsidiar o governo na implementação de políticas públicas na área de prevenção. Tudo dentro do paradigma da segurança cidadã.

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