O caos na segurança pública no Distrito Federal é refletido em ações que demonstram a inversão de valores do Estado. Nas últimas semanas nos deparamos com cenas fortes nas redes sociais onde policiais eram presos em decorrência de comentários em suas páginas pessoais e seus familiares descreviam vários fatos humilhantes, o que mais nos chocou foi a filha de um sargento que falava do constrangimento dela e de sua mãe ao terem sido “obrigadas” a ficarem nuas, durante revista na prisão, para visitar o policial. Neste contexto, os criminosos ficam soltos atacando os cidadãos de bem, enquanto policiais são presos. Nesse período dois casos chamam a atenção:
No dia 25 de fevereiro O PCS (Posto Comunitário de Segurança) número 085 da Polícia Militar do DF amanheceu em cinzas. Criminosos atearam fogo no posto que fica às margens da BR-020, próximo a entrada do bairro Mestre D’armas, em Planaltina. O crime ocorreu por volta das 4h da madrugada. No momento da ação criminosa, não tinha ninguém dentro do posto.
Na madruga de carnaval do dia 02 de março, vários veículos de policiais militares são “arrombados” e furtados enquanto policiais faziam a segurança dos foliões nas proximidades do “GRANFOLIA”. Mais uma total inversão de valores.
Posteriormente, um posto da Polícia Militar na cidade do Itapoã pegou fogo na madrugada desta segunda-feira (3/3) e teve perda total. O incêndio ocorreu na Quadra 2, próximo à garagem da empresa Viva Brasília, por volta das 3h.
Desde 2008 estudando o tema, tivemos o primeiro posto queimado na cidade do Guara, antes mesmo de sua inauguração. Dois postos foram queimados em Planaltina, primeira cidade a abandonar o projeto, ontem outro na cidade do Itapua, e vários outros sucateados e destruídos ao longo do tempo em Santa Maria, Samambaia, Recanto da Emas, Gama e dentre outras cidades. A falta de uma política pública de segurança clara nos últimos anos está agravando o problema!
Precisamos de políticas públicas de segurança e não políticas governamentais! Nossa polícia precisa ser uma polícia de Estado e não um polícia de governo!
A teoria das “janelas quebradas” onde a sensação de abandono gera a sensação de impunidade pode explicar muita coisa no DF, conforme um resumo breve da Wikipédia:
O livro é baseado num artigo com o título “Broken Windows” de James Q. Wilson e George L. Kelling, que surgiu em março de 1982 no The Atlantic Monthly.2 O título provém dos seguintes exemplos:
- “Considere-se um edifício com algumas janelas quebradas. Se as janelas não são reparadas, a tendência é para quevândalos partam mais janelas. Eventualmente, poderão entrar no edifício, e se este estiver desocupado, tornam-se“ocupas” ou incendeiam o edifício.
- Ou considere-se um passeio. Algum lixo acumula-se. Depois, mais lixo acumula. Eventualmente, as pessoas começam a deixar sacos de lixo.”
Uma estratégia de êxito para prevenir o vandalismo, dizem os autores do estudo, é resolver os problemas quando eles são pequenos. Reparar as janelas quebradas em pouco tempo, dizem os autores, e ver-se-á que os vândalos terão menos probabilidade de estragar mais. Limpar os passeios e a tendência será de o lixo não acumular.
A teoria faz duas afirmações principais: que o crime de pequena escala ou comportamento anti-social é diminuído, e que o crime de grande escala é, como resultado, prevenido. A principal crítica desta teoria foca sobretudo esta última afirmação, que considera não provada.