Equiparação com a PCDF: Uma reflexão antiga que pode nos ajudar no presente

Em fevereiro de 2012 fiz uma análise do movimento reivindicatório no Blog Policiamento Inteligente. Tão antigo e tão atual. Vale a pena ler e refletir sobre o momento atual:

FEVEREIRO 26, 2012 · 9:10 PM | EDITAR ↓ Pular para Comentários

Uma reflexão sobre o nosso movimento reivindicatório!

Tendo em vista as excelentes postagens sobre o movimento reivindicatório da PMDF no Blog Rede Democrática, tenho evitado comentários aqui no Blog Policiamento Inteligente, mas hoje gostaria de fazer algumas observações.

O movimento de mobilização interno dentro da Corporação tem atingido o seu ápice. Resta-nos agora partirmos para mobilização externa para defendermos nossos objetivos. Devemos ter sabedoria nessa condução. O primeiro passo deveria ser o fortalecimento de nossos compartilhamentos nas redes sociais, principalmente o facebook. Posteriormente uma aproximação com a mídia local, mesmo diante das dificuldades, e depois com as pessoas influentes em nossa cidade. É importantíssimo o passo dado na abertura do diálogo com a bancada do DF, mas é preciso ter cautela com aqueles que já visam a instabilidade do governo atual. A longo prazo poderão mais atrapalhar do que ajudar.

Um ponto que deve ser discutido e esclarecido a “tropa” é o fato de termos uma possibilidade quase inexistente de aumento esse ano e que nossa luta é para garantirmos melhorias a partir do próximo ano. Digo isso, para evitar grandes expectativas e grandes frustrações que possam esvaziar o movimento. Nossa união é importante até a conquista, caso contrário não teremos nada de aumento no próximo ano, como aconteceu nos últimos anos. Precisamos ter essa consciência. É um investimento a longo prazo. Não imediatista.

Outro fato que me preocupa é a condução da negociação que se inicia. Temos que trazer o movimento para a nossa lógica. Imaginem um sequestro! O governo está com a arma em nossa cabeça (literalmente). Precisamos mudar o poder de influência da mão do perpetrador para nossa. Fizemos o “teatro de operações”. Demonstramos força. Agora precisamos conquistar a confiança do perpetrador para iniciarmos a negociação. Não podemos esquecer que uma negociação pode levar várias horas, muito tempo! Temos que cortar a “água”, a “luz” e quiça a “comida” do governo. Precisamos descobrir o que seria a água, a luz e a comida nesse movimento.

Em minha opinião fria e franca, as negociações irão se arrastar por um bom tempo. E nós teremos que ter paciência para continuarmos mobilizados. Mas devemos dar um prazo. Esse prazo deveria ser até o final de maio. Nesse período oscilaríamos as estratégias em várias operações. A partir do mês de maio seriam paralizações relâmpago ou coisas do gênero. Um uso progressivo da força durante a negociação.

Possivelmente o processo irá se arrastar para o segundo semestre, onde nosso poder de influência aumenta, devido as eleições municipais. A pressão de Brasília pode dar início a um “movimento nacional grevista”. Lógico que tudo isso vai depender da maneira como será votada a “PEC 300″ nos próximos dias e a forma como seremos tratados. Se for votada muita coisa muda em nosso cenário…

Em resumo:

Nosso planejamento deve ser feito de maneira que o que desejamos esteja concretizado até o mesmo de setembro/2012. Este deve ser o LIMITE Máximo para obter êxito. Nem que tenhamos que marchar em direção ao congresso até esse período.

Outro ponto importante é não perdemos o objetivo principal que é ver o melhor para a maioria, principalmente para os Cabos e Soldados, pois foram os mais prejudicados até agora. Por que? Porque a maioria dos sargentos e oficiais tiveram até duas promoções nos últimos anos. E os cabos e soldados não. Sem falar que um aumento maior para oficiais e sargentos geraria o surgimento de novos movimentos, com um caráter cada vez mais radical. Pois o discurso radical ganha autoridade e os desmotivados e preteridos se revoltam. Podem surgir novos discursos que tenderiam para o surgimento de mártires, como já ocorrera em outrora.

A diferença média em todos os postos e graduações para uma equiparação com a polícia civil é de três mil reais. Em minha opinião é com base neste valor que devemos negociar para uma equiparação, mesmo que seja até 2014, incluindo soldados e cabos, não somente a partir de sargentos como se tem ventilado. Devemos dividir esse valor em cinco pontos principais:

1) R$ 400,00 para a etapa alimentação;

2) R$ 400, 00 para um possível auxílio transporte;

3) Antecipação do risco de morte;

4) 20% dos reajustes do Fundo Constitucional nos últimos anos;

5) Dividir o restante para a equiparação em duas parcelas: Uma no primeiro semestre de 2014 e outra no segundo semestre.

Tudo isso aprovado no orçamento para o próximo ano! A questão de colocarmos o auxílio transporte e a etapa alimentação é o fortalecimento do discurso do menor impacto na folha…

Quem tem que dizer que só aceita a equiparação salarial com a PCDF a partir de 3º Sargento é o Governo, não nós. Quem pede mal, recebe mal ou não recebe!

Não podemos esquecer que alguns estão apostando no fracasso da mobilização do dia 02 de março. É um horário complicado. Sexta-feira pela manhã (9h), em uma cidade cheia de “congestionamentos” neste horário. A mobilização desse dia será a contra-prova e teste de nossa força. Precisamos nos manter atentos. Grandes poderes, grandes responsabilidades. Cada policial é um líder em potencial. Não podemos nos esquecer que liderar é influenciar. Vamos influenciar aqueles a nossa volta.

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2 Comentários

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2 Respostas para “Equiparação com a PCDF: Uma reflexão antiga que pode nos ajudar no presente

  1. Carlos Galvao

    Aderivaldo,vc era P2,Ta com saudades…

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    • Aderivaldo Cardoso

      Bom dia! Durante três dias optei em ficar em silêncio para analisar melhor toda a situação que vivemos nos últimos dias. Vi todos os cabos e soldados fazerem a “catarse” necessária para aliviar sua indignação nas redes sociais. Vi tristeza e revolta.

      Acredito que palavras de revolta geram pensamentos de revolta, que por suas vez geram sentimentos e ações de revolta, resultando sempre em resultados de revolta, que normalmente são desastrosos. Ontem também vi amigos do NCP sendo transferidos e outros tensos, pois não não conheciam a “mão pesada” do sistema.

      Vejo que é hora de cautela, hoje de reflexão. A questão do reajuste tornou-se questão do passado, já foi definida. Não existe mais o “se” ou o “por que”. Precisamos aceitá-la, mesmo que não concordemos com a forma que foi encerrada. Precisamos olhar para frente. Pelo menos ainda existe a possibilidade de uma reestruturação.

      Os valores não foram os ideias, mas foram, de certa forma, um avanço, agora precisamos garantir fluidez em nossa carreira. Quem sabe um dia não poderemos chegar a 15 anos na classe especial da carreira? Ou reduzir esse tempo de maneira que a maioria chegue mais próximo dos salários que foram “melhorados”. Os interesses são diversos em nosso meio, não podemos agir simplesmente por emoção, não podemos entrar no jogo separatista do “ou está do meu lado” ou “está contra mim”. Precisamos avançar sempre. O maior crescimento foi nossa organização e nossa maturidade política que está chegando a cada dia.

      A luta por melhoria é constante. A mobilização é permanente. Aprendemos isso! Ainda temos muito o que fazer no futuro. A luta por isonomia pode sair do macro e voltar para o micro, mas ela só é possível com a alteração em âmbito federal: Isonomia no “auxílio-fardamento, Isonomia no “auxílio-creche”, Isonomia no “auxílio-natalidade”, Isonomia no “auxílio-moradia”. Tudo isso pode ser o nosso foco para os próximos anos. A luta é constante! Vamos em frente! De cabeça erguida, como sempre estivemos nas batalhas que enfrentamos.

      Paciência e fé, eis o segredo do sucesso!

      CB Aderivaldo Cardoso – 15 anos de polícia!

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