Publicação: 23/12/2013 09:00 Atualização: 23/12/2013 08:51
O governo decidiu intervir nas empresas de ônibus da família de Wagner Canhedo Filho. Em uma operação que reuniu policiais civis e militares, e funcionários da TCB e da Secretaria de Transportes, o GDF assumiu a gestão da Viação Planalto (Viplan), da Condor e da Lotáxi na manhã desta segunda-feira (23/12). A ação foi na garagem central do grupo, onde funciona a administração, no Guará, na EPIA Sul. As empresas comandam hoje 214 linhas e 744 ônibus, o equivalente a cerca de 30% do mercado no Distrito Federal.
A notificação foi entregue pelo presidente da TCB, Carlos Alberto Koch a Wagner Canhedo Filho, que administra as empresas da família. O empresário se disse surpreso com a ação. O governo esperou os ônibus começarem a rodar para não prejudicar a população. O governador Agnelo Queiroz e o vice Tadeu Filippelli explicarão a intervenção ainda nesta manhã em coletiva de imprensa no Palácio do Buriti.
O GDF alega que o empresário Wagner Canhedo Filho tem colocado obstáculos ao repasse das linhas para as empresas vencedoras da licitação pública do novo sistema de transporte coletivo. Outro motivo para justificar a operação é a baixa qualidade do serviço prestado pelas empresas à população. Canhedo arrecada cerca de R$ 800 mil diariamente com a operação dos ônibus.
A intervenção nas empresas de Canhedo será feita nos mesmos moldes da operação do governo realizada em fevereiro, para assumir a gestão das empresas de ônibus do Grupo Amaral. O GDF alega que Canhedo resiste a demitir os funcionários. Sem a dispensa das equipes, as empresas ganhadoras da licitação não podem contratar motoristas e cobradores para colocar os veículos em circulação. A intenção do GDF com a intervenção é demitir os servidores, pagando os direitos trabalhistas, para que eles sejam recontratados posteriormente.
Em fevereiro, o GDF assumiu as três empresas do Grupo Amaral (Rápido Brasília, Viva Brasília e Rápido Veneza), que estavam sob risco de paralisar os serviços prestados aos passageiros da região Norte da capital. O grupo, ligado ao ex-senador Valmir Amaral, era responsável por cerca de 10% do mercado brasiliense. À época, a Sociedade de Transportes de Brasília (TCB) ficou responsável pela parte operacional. O governo teve de investir mais de R$ 35 milhões na compra de combustível e outros insumos, como pneus, além de recuperar metade dos ônibus das empresas, que estavam sem condições de circulação.
A decisão sobre a intervenção no Grupo Canedo vem sendo articulada há algum tempo pelo GDF. Quando houve a intervenção no Grupo Amaral, o governador Agnelo Queiroz (PT) já tinha mandado um recado claro. Ele disse que uma nova intervenção “depende muito mais das empresas do que do próprio GDF. A obrigação das permissionárias é cumprir os contratos. O GDF não vai se furtar a tomar as providências”.
GDF e TCB assumem a gestão da Viação Planalto
Baixa qualidade dos serviços e problemas agregados à demissão dos funcionários motivaram à medida
Assim como fez com as empresas do Grupo Amaral, em fevereiro, o GDF assumiu a gestão da Viação Planalto (Viplan) e das empresas que fazem parte do grupo: Lotáxi e Condor. Uma operação foi montada em frente a garagem da empresa no Setor de Oficinas Sul, com presença da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros. A empresa possui a maior frota do Distrito Federal, hoje com 30% do total de veículos em operação (744 ônibus).
A intervenção ocorreu em razão da baixa qualidade dos serviços prestados pela empresa. Segundo o GDF, o Grupo Viplan tem colocado obstáculos na migração de linhas para as novas empresas que assumem o Transporte Público. Ainda segundo o governo, a empresa arrecada diariamente mais de R$ 800 mil.
O governo não enfrentou resistência por parte da empresa. A intervenção ocorre em 5 garagens e 3 pontos. Com a intervenção, a Transporte Coletivo de Brasília (TCB) passa a operar a empresa. A operação teve início no meio da manhã de hoje. Segundo o governo, a medida foi tomada para não prejudicar os serviços à população.
O governador Agnelo Queiroz, disse em entrevista a Rádio BandNews FM que centenas de ônibus novos, das novas empresas estão parados nas garagens a espera de funcionários, que ainda não foram demitidos pela Viplan. Segundo ele, a assunção vai permitir o desligamento desses funcionáiros e a contratação imediata nas outras empresas que passam a operar nas 5 bacias.
Agnelo disse ainda que nos próximos dias serão entregues entre 200 e 300 ônibus novos. Todos operados por rodoviários da Viação Planalto. A intervenção tem previsão de durar 60 dias. “Inicialmente esperávamos a renovação da frota no dia 4 de dezembro. Não conseguimos por tantos obstáculos. Com a providência que tomamos, no máximo até o início de fevereiro a frota estará renovada”, garante.
O presidente do Sindicato dos Rodoviários, João Osório, diz que não sabia da intervenção. Para ele, a medida é recebida com festa pelos rodoviários. “Para os traalhadores muda tudo, pois muitos estavam inseguros. A empresa demitiu alguns funcionários sem pagar os direitos trabalhistas. A situação estava caótica. Com essa intervenção do governo, cria condições para a mudança do sistema e traz segurança para os empregados”, afirma.
Osório diz ainda que reuniu com Wagner Canhedo Filho na última sexta-feira para negociar os pagamentos a 31 trabalhadores que atuavam em Brazlândia e Samambaia. Os rodoviários estavam parados e não receberam direitos, como férias e 13º salário. Segundo o presidente do sindicato dos rodoviários, Canhedo alegou não ter dinheiro para pagar as rescisões, porque perdeu algumas linhas na cidade.
O governo garantiu que vai pagar os direitos e recontratar os funcionários.
*Com informações de Ludmila Rocha.
Parabéns GDF e sua equipe! Já tinha passado do tempo de isso ocorre, agora eu acredito que o sistema de transporte mudará. FORA VIPLAN!!!
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Será que mudará mesmo? Não acredito! Acredito que só mude os personagens o que é típico de um governo em decadência.
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