Desmilitarização cultural: a primeira turma de academia chega ao poder!

Foi anunciado ontem, dia 04 de dezembro, o novo comandante geral da PMDF. Um jovem coronel de 42 anos de idade e 25 anos de polícia, promovido ao posto a aproximadamente dois meses, dos atuais 52 (cinquenta e dois) coronéis atualmente sua classificação era a de número 51 (cinquenta e um), ele terá como Chefe do Estado Maior outro companheiro de turma, o coronel Venturim. O coronel Anderson Moura, será o primeiro comandante-geral formado pela Academia da Polícia Militar do DF. Sua indicação foi feita pelo atual Chefe da Casa Militar, coronel Leão, da mesma turma, atualmente o número 52 na classificação.

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O atual cenário é altamente complexo para o atual comando. Ele precisará da sua experiência de conciliador para amenizar as insatisfações da categoria, segundo informações, ao ser “convidado” pelo Governador Agnelo Queiroz, o coronel Anderson recebeu uma primeira ordem, de maneira até incisiva, “sua missão será colocar ordem na casa, Agnelo considera a situação atual uma bagunça. Com a posse do novo comandante, espera não ouvir mais falar em ocupação de vias públicas, em especial, de operação tartaruga.” Ele precisará de muita habilidade política para motivar a categoria e para reverter a situação, em especial, a rejeição ao governo do PT, causada pelo descumprimento de 13 “promessas de campanha”.

O comandante é de uma nova geração dentro da PM. A “desmilitarização cultural” começa a ficar clara em nosso meio, pois já houve uma inversão do almanaque dos coronéis, ou seja, os mais modernos começam a “mandar” nos mais antigos, seria o início da gestão por competência, ou o fortalecimento da ingerência política em nosso meio? A primeira turma finalmente chega ao poder. A pergunta que fica é: “era esse o momento certo?” Sabemos que em política a máxima que predomina é que ninguém abre mão de poder, mas dependendo do que ocorrer no futuro, os atuais oficiais de academia terão que reproduzir os mesmos erros dos “pais”, ou seja, poderão tornar-se iguais ou piores do que aqueles que tanto criticaram e combateram. É um risco, mas precisamos corrê-lo.

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Além de algumas resistências de oficiais do último posto da polícia militar, o próximo comandante-geral ainda enfrentará resistências políticas externas, de políticos e de associações que estão a frente da operação tartaruga, além de disputas políticas de grupos da mesma turma e de outras turmas que já almejam o mesmo fortalecimento alcançado pela primeira. Um fator importante é que o atual comandante chega sozinho ao topo, tendo como fiel escudeiro apenas o Chefe da Casa Militar e seu futuro Chefe do Estado Maior. Muitos são os desafios, afinal, como no xadrez, o “rei” não é a peça mais “poderosa”, mas sim a mais “importante” e mais “frágil” dentro do jogo, não é atoa, que cinco coronéis já passaram pelo comandando geral da PMDF no atual governo!

6 Comentários

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6 Respostas para “Desmilitarização cultural: a primeira turma de academia chega ao poder!

  1. Honório Alves de Almeida

    Este Governador quer que o Comando da PM faça milagre, no final do ano passado ele devolveu mais de 100 milhões da saúde por falta de gestão, esse ano provalmente também vai devolver e faltando até esparadrapo nos hospítais, me ajuda ai, que enganar a quem, responsabilizar os subordinados é fácil, quem manda hoje na PM chama-se Deputado Patrício, ele coloca quem quer no comando e nós ficamos dependendo desses mentirosos que fizeram 13 propostas de melhoria para categoria e na no final do seu mandato não cumpriu uma que credibilidade tem esse cidadão, será que ainda tem PM ou BM que vai votar nele mais o Patrício, depois não reclame….

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  2. Honório Alves de Almeida

    Quando um Secretário ou Ministro de Governo é acusado de alguma coisa grave e é mandado embora, o Governante diz que este apresentou sua carta de renúncia alegando problemas pessoais. Interessante que o Governador dispensa o Comandante Geral da PMDF como que tivesse dispensando o Jardineiro da casa dele, isso demonstra a consideração que esse Cidadão tem por uma Corporação centenária que presta um dos mais relevantes serviço a Sociedade brasiliense. Me ajuda ai.

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  3. Serpico

    Acredito que foi um avanço a assunção do comando pelo Cel Anderson. Afinal de contas havia um mix de mistério e apreensão entre a tropa sobre quem seria o ocupante da cadeira mais poderosa da papa mike. Posição tão importante para nós policiais, importância sentida principalmente durante a “gestão” do Cel Suamy, cujas ingerências trouxeram tanto retrocesso, seja na relação interpessoal com famigeradas paradas militares, seja na falta de interesse em questões tão importantes como as promoções.

    Por isso julgo de ser de grande importância a participação mais ativa da comunidade papa mike na escolha de quem ocupará cargo tão importante. Como exemplo da papa charlie cujo atual diretor geral, oriundo de uma lista tríplice apresentada pela ADEPOL, nasce com certa legitimidade, até mesmo para não sofrer as pressões citadas acima.

    No mais gostei muito das palavras do atual 01 que evocou o dialogo e não a repressão para tratar do legitimo movimento que a papa mike promove. E desejo-lhe sorte nessa empreitada.

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  4. Preciso de $$$$$$$

    Continua tudo igual.

    Valeu “o de sempre” na PMDF:
    Quem não puxa-saco puxa carroça.
    Nada mudou.
    Chegou lá quem puxou o saco certo e ponto final.

    Sugiro fazermos uma revolução:
    Colocar o soldado mais recruta e mais revolucionário pra comandar a PMDF.

    Vai dar no mesmo.

    O militarismo é o mesmo, as intenções do governo são as mesmas e a intenção do comandante, independente de quem seja, é a mesma.

    Se é “A” ou “B”, é guerra entre eles.
    R2, APMB, é tudo igual. Todos oficiais “GRATIFICADOS” da polícia “MILITAR”.

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  5. Deltadobrado

    Se a desmotivação não fosse tamanha, nem o desgosto, diria que sinto pena deste administrador que assume o comando geral da PMDF em situação tão crítica. Sim, pois muitos comentam se tratar de uma boa pessoa, um profissional dedicado e que tem respeito pelo ser humano.
    E muitos comentam também que o governador optou por esta indicação a fim de acalmar a tropa com a escolha de um oficial sem o ranço dos R2’s e que desfrute da simpatia dos subordinados por onde passou.
    No entanto, a revolta é tamanha que o senhor governador poderia indicar a nobre Madre Teresa de Calcutá para 01 que nada significaria para o efetivo da PMDF. Talvez até a santa mulher ficasse chocada em saber que a vida do policial e do bombeiro militar valha menos do que a vida de outros servidores públicos que correm bem menos riscos nas ruas da capital brasileira. Orações ela iria fazer ao saber que a gratificação por risco de vida só viria a ser integral após cinco anos e não em parcela única. Talvez ela até renunciasse ao cargo quando informada de que o governador que a escolheu, antes de ser eleito, fez 13 promessas e até hoje, anos depois não cumpriu e se mostra um homem sem palavra.
    A Madre diria: meu filho, não precisa ser escravo das suas palavras, mas o homem precisa honrar o compromisso firmado com milhares de famílias.
    Ela realmente não entendia o significado de política, politicalha, e politicagem.

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  6. JOSE SANTOS

    O grande problema do homem é somente enxergar solução caseiras. Porque não colocar nesse cargo a senhora MARCELA TEMMER? Duvido que os problemas não se resolvesse do dia prá noite. fica a dica.

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